A gostar de Ouvir...
O Aldo Passarinho é natural de Abrantes e professor no Instituto Politécnico de Beja, sendo que a sua casa mãe é a Escola Superior de Educação de Beja.
Ao longo dos anos que leva como docente do IPBeja, tem deixado uma marca muito precisa no desenho e redesenho dos vários cursos ligados às artes, ministrados na ESE.
Desafiado a revelar-nos a sua relação com a música, confessa que é um ouvinte regular e que a música está muito presente em diferentes momentos do seu dia-a-dia.
Sobre o papel que a música desempenha na sua vida Aldo Passarinho diz que a música é uma companheira de viagem e dos momentos de organização do pensamento, e que esta acaba por ter um papel libertador e alimentar o desejo de viajar no tempo e no espaço através das emoções. Através da música, diz Aldo, tanto viajamos ao passado através do nosso arquivo de memórias, como visitamos locais e culturas que de outra forma estariam distantes dos nossos sentidos. Por outro lado, diz ser de uma geração que ficou marcada pelos “ventos libertadores” dos primeiros anos da MTV e pela “declaração princípios” do seu primeiro videoclipe - Vídeo Killed The Radio Star, dos The Buggles; e por videoclipes que cruzavam o vídeo com técnicas de animação como Sledehammer, do Peter Gabriel; ou Sailing do Rod Stewart que alimentava o desejo de conhecer Nova York.
Sobre o suporte que mais usa para ouvir música, destaca em viagem de carro a rádio, onde ouve muita música, mas conta-nos que está a seguir cada vez mais as plataformas de streaming como o Spotify ou o YouTube Music.
Essencialmente ouve música a conduzir ou quando está a trabalhar em tarefas compatíveis. Também dedica algum tempo a ouvir música que vai pesquisando a partir de recomendações de amigos ou críticas que lê em jornais e revistas. Diz que esta é a única forma de “contrariar os algoritmos” das plataformas on-line para evitar estar sempre a ouvir a mesma coisa.
Vai a muitos concertos ao vivo, embora não tanto como gostaria.
Desafiado a escolher um cantor/cantora ou uma banda, Aldo Passarinho diz-nos:
Escolher um cantor ou banda é difícil. As escolhas vão mudando com o tempo, com o nosso percurso de vida. Do meu percurso de vida faz parte o Sérgio Godinho (o meu primeiro concerto ao vivo no Coliseu dos Recreios, em Lisboa), a música e as letras do Zeca Afonso e do Jorge Palma... mas também o Bruce Springsteen, o Iggy Pop, o Bono (U2), o Michael Stipe (R.E.M), o Nick Cave e o Eddie Vedder com os Pearl Jam ou a solo. E claro, os Nirvana, os Tindersticks, Joy Division ou The Waterboys... Mas também Andrew Bird, St. Vicent, Pj Harvey, Fiona Apple ou Bill Callahan... sem esquecer bandas como os Radiohead, os Arcade Fire, Sigur Rós, Bon Iver ou The National... podia ficar aqui a pensar e não chegava a um cantor ou banda preferida. Neste momento, por motivos diferentes, acompanho com atenção o trabalho da Márcia, da Carminho, de Jon Batiste, da Selma Uamusse ou da Mayra Andrade. E claro, o António Zambujo...com o Racho de Cantadores de Aldeia Nova de São Bento toca-nos a alma.
E um tema?
Neste caso arriscaria o tema Rebellion (Lies) do álbum Funeral (2004), dos Arcade Fire.
Com votos de um bom fim de semana deixamo-lo com a playlist de Aldo Passarinho para os leitores e ouvintes do “O Atual”