As escolhas de António Cartageno
O nosso convidado de hoje do “A gostar de Ouvir…” é sacerdote católico, professor de música e um dos mais brilhantes compositores de música sacra do nosso país.
Mas se está à espera de que a sua playlist seja preenchida por salmos e que os seus intérpretes favoritos sejam coros de canto gregoriano (de que gosta bastante), digo-vos já que estão enganados.
No “A Gostar de Ouvir…” recebemos hoje o Padre António Cartageno.
Natural de S. Mamede de Ribatua (Alijó), é presbítero da Diocese de Beja. Entre Outubro de 1987 e Junho de 1994 estudou no Pontifício Instituto de Música Sacra de Roma, onde fez os mestrados em Canto Gregoriano e em Composição Sacra. Tem dedicado grande parte da sua vida ao ensino da Música, nomeadamente na Escola Mário Beirão, na antiga Escola do Magistério Primário e depois na Escola Superior de Educação de Beja.
É autor de numerosas composições litúrgicas e outras, espalhadas por todo o país, com colaboração habitual nos Encontros Nacionais de Pastoral Litúrgica de Fátima, na “Nova Revista de Música Sacra “ de Braga e nas publicações musicais do Secretariado Nacional de Liturgia.
Da sua produção musical destaca‐se a Cantata “Nossa Senhora da Conceição, Padroeira de Portugal” (1996), para solistas, Coro e Orquestra, para comemorar os 350 da proclamação de Nossa Senhora da Conceição como Rainha de Portugal, pelo Rei D. João IV, e apresentada em Vila Viçosa, Beja, Évora e Faro, a Cantata “Santo Agostinho, o cantor da sede de Deus”, (2004), para solista, Coro e Orquestra, encomendada pela Diocese de Leiria para comemorar os 1650 anos do nascimento do seu santo Padroeiro e já apresentada 12 vezes em várias cidades do Centro e do Sul de Portugal e a Oratória “Fátima. Sinal de esperança para a humanidade” (2007), para solistas, grande Coro e Orquestra, para assinalar os 90 anos das Aparições de Fátima e a inauguração da Igreja da Santíssima Trindade.
É o principal responsável, juntamente com o P. António Aparício, pelo trabalho de recolha e recuperação do canto popular religioso do Baixo Alentejo, de que resultou a gravação de 2 CDs pelo Coro do Carmo de Beja, que fundou e dirige, e a publicação de alguns trabalhos sobre o assunto.
É Diretor do Secretariado Diocesano de Liturgia de Beja e membro do Serviço Nacional de Música Sacra.
Gosta de citar Santo Agostinho dizendo amiúde que “Cantar é rezar duas vezes”. Diz que a música tem um papel fundamental na sua vida, mas ouve pouca música, mas escreve e executa muita música, afirmando que precisa do silencio para compor.
Quando pode, é na Rádio (Antena 2), principalmente a conduzir, e no youtube que mais usa para ouvir música, sendo que raramente usa o CD, por falta de tempo.
Seduz-lhe muito mais a música erudita do que a música “ligeira”
Os concertos ao vivo a que vai são quase sempre de música erudita.
A resposta surpreende quando lhe pedimos que eleja um dos seus intérpretes favoritos:
John Lennon; Eric Clapton; Abba.
A escolha de um tema recai sobre “Tears in Heaven” do britânico Eric Clapton, por muitos considerado um dos melhores guitarristas de todos os tempos.
Enquanto compositor as referências e influências de António Cartageno reportam aos grandes clássicos da história da música; o canto gregoriano e o seu ambiente modal; a música de raiz popular…
Com votos de boa Páscoa ao som das escolhas do Padre António Cartageno.