As escolhas de Miguel Barriga
Na gestão do que se convencionou chamar de Capital Humano, “vestir a camisola” é muito mais do que executar bem as tarefas que estão atribuídas a um determinado quadro.
O nosso convidado de hoje é dos que verdadeiramente “veste a camisola”. Seja ela do Bairro da Cooperativa Lar para Todos (Mira Mortos) onde nasceu, dos clubes de futebol onde jogou, das escolas que frequentou, ou na EMAS - Empresa Municipal de Água e Saneamento de Beja empresa onde hoje desempenhas as funções de Coordenador do Gabinete de Comunicação Integrada e Sensibilização Ambiental.
Miguel Esteves Barriga, é Mestre em Desenvolvimento Comunitário e Empreendedorismo, pelo Instituto Politécnico de Beja. Licenciado pela mesma instituição de ensino, em Educação e Comunicação Multimédia, neste âmbito, realizou o estágio curricular no Gabinete de Comunicação Integrada da Câmara Municipal de Beja.
Desempenhou funções por nomeação de Supervisor Operacional e Técnico de Processos de Negócio, na vertente formativa na PT Contact.
Desde 2012, que integra os quadros da Empresa Municipal de Água e Saneamento de Beja, onde desempenha atualmente a Coordenação do Gabinete de Comunicação Integrada e Sensibilização Ambiental, com a categoria de Técnico Superior.
Integra a equipa responsável pela gestão de projetos de responsabilidade corporativa da EMAS, que têm sido premiados e distinguidos a nível nacional como exemplo o “Projeto Heróis da Água”
Integra ainda a Comissão Especializada de Comunicação e Educação Ambiental, da Associação Portuguesa de Distribuição e Drenagem de Águas, a mais prestigiada e representativa associação do setor da Água, tendo integrado as comissões organizadoras de eventos de destaque nacional como são exemplo o “Pura” ou a iniciativa “H2Off – A hora de fechar a torneira”.
Paralelamente acumula experiências formativas, como a docência no ensino profissional, nomeadamente no Curso Profissional de Técnico de Comunicação, Marketing, Relações e como mentor em Atividades de Enriquecimento Curricular.
Simultaneamente desenvolve projetos de comunicação integrada em regime de freelancer e dinamiza causas sociais a nível local.
Por gosto e por circunstâncias várias a música faz parte da sua vida. Vamos então às respostas do Miguel para este “A Gostar de Ouvir…”
É um ouvinte regular de música?
Diria que sem música não conseguia ser feliz. É nela que encontro o meu equilíbrio que necessito para o meu dia a dia. Digamos que é uma ferramenta, que mediante o meu estado de espírito, tem a capacidade de me proporcionar os estímulos necessários para encarar a vida com uma perspetiva sempre pela positiva, como eu tanto gosto. Por isso sim, sou um ouvinte regular, que apesar de me considerar ainda novo, com o passar dos anos, mais do que ouvir comecei a cultivar o hábito de “escutar música”. Num mundo tão acelerado como o nosso, temos que conseguir desfrutar não só num campo lúdico, mas também ter mais atenção, aos detalhes, nomeadamente às letras das canções, às suas mensagens, interpretá-las e claro senti-las em toda a sua essência.
Que papel tem a música na sua vida?
A música contribuiu para a construção da minha identidade enquanto homem, por isso teve e tem um papel fundamental na minha vida. Nasci e fui criado no Lar para Todos, mais conhecido como o bairro “Mira Mortos”, onde eram feitos provavelmente os maiores e melhores mastros populares da cidade. Quem não se lembra? E eu, acompanhava já desde essa altura, do tempo da cassete, do lado A e B, o meu pai, que fazia parte da comissão de festas, e que era entre outros o “Homem do som” e da “animação”. Ou seja, desde pequeno que o meu lugar no “mundo da música” era dentro de uma “cabine de som”. O ir às feiras e a Espanha comprar os novos “hits” de verão, as matinés e os convívios escolares onde passava música por ser o “Dj” da rádio, são tudo memórias que estão bem presentes na minha vida.
Também gostava de partilhar que aos 14 anos já tinha uma discoteca itinerante, onde levava a festa até às várias casas do povo do nosso concelho juntamente com um grupo de amigos e o meu pai, era a “Disco 2000”. Ainda sou tempo, em que no Natal, existia som de linha, que percorria todo o bairro da cooperativa, e a PA estava instalada no meu quarto. Dá para imaginar?
E sem me querer alongar, falar em Natal, é falar em família, e aí a música esteve sempre presente, onde o saudoso fadista e meu tio, António Heleno, juntamente com o meu avô Chico e restante família, criaram as mais belas memórias que uma criança pode ter desta época festiva, a música era o epicentro da festa, pois claro, entre o cante, o fado, e a música tradicional.
Que suporte utiliza habitualmente para ouvir música?
Faço-me sempre acompanhar de duas “pen drives” atualizadas. Porque nunca se sabe onde e quando pode surgir a festa, assim estou sempre preparado para contribuir para a animação. Diria que sou o pior pesadelo para um “Dj” num casamento ou em qualquer festa, porque tento sempre subir para o palco.
Em que situação é que habitualmente ouve música?
Consumo música em todos os contextos. Até como hobbies. Na pandemia, por exemplo, e a bem da saúde mental, comecei a fazer umas “lives” nas redes sociais a passar música. Fruto dessa loucura fui convidado a passar música presencialmente, em bares (algumas concretizei com enorme gosto) e até, imagina-se, fui convidado para passar música numa passagem de ano num hotel.
Vai habitualmente a concertos ao vivo?
Apesar de gostar muito de música e de eventos de grande escala, nunca fui um grande consumidor de concertos ao vivo e até de festivais quando era mais novo. A prioridade na altura, e quando temos que fazer escolhas, eram outras, sempre mais direcionadas para o desporto e para o futebol em particular. Todavia, e à presente data, fruto da sabedoria, hoje já trocou um jogo de futebol por um bom concerto ao vivo.
Se tivesse que escolher um cantor/a ou banda preferida qual seria?
Os Xutos e Pontapés, o nosso conterrâneo António Zambujo, que muito nos orgulha. Quanto à paixão de adolescência e de vida, e que também já assisti ao vivo a Madonna. Importa dizer, até pelas escolhas que vou fazer, que consumo estilos muito variados e gosto especialmente de promover, consumir e apoiar tudo o que é “nosso”, que é tão bom!
E que tema é que considera “a música da sua vida”?
Temas tenho vários. Mas a música da minha vida e que marca a minha relação com a Inês, a minha esposa, é a Velha Infância dos Tribalistas. Sem dúvida.
Na playlist que fez para O Atual, ficamos a agradecer o facto do Miguel Barriga não ter optado pela arbitragem, já que seria seguramente candidato a vencer o prémio de "Árbitro mais Caseiro". O Miguel não brinca em serviço e não esconde o seu bairrismo, vai daí e avança com um dez dos nossos melhores.
Escute lá então!