As escolhas de Paulo Ribeiro
Cantautor apaixonado pelo Alentejo, sempre presente na sua música. Autor de novas modas para o cante alentejano, compositor de bandas sonoras, música para peças de teatro e performances de poesia, o seu nome está ligado a projetos como Anonimato, Mosto, Baile Popular ou Tais Quais, entre outros.
Falamos de Paulo Ribeiro.
Paulo Ribeiro desenvolve há quase duas décadas um intenso trabalho em torno do Cante, como ensaiador de grupos corais e mais recentemente como formador de crianças nas escolas. Assumiu a direção artística do Festival B em Beja. Tem vários discos editados a solo e em grupo, entre os quais se destacam os mais recentes “O céu como tecto e o vento como lençóis” a partir da obra poética do escritor Manuel da Fonseca, “As Novas Aventuras dos Tais Quais”, “É assim…Uma Espécie de Cante” em parceria com o Grupo Coral e Etnográfico “Os Camponeses de Pias”, que inclui a gravação de diversas músicas do imaginário pop português adaptadas para o cante alentejano e finalmente "Ribeiro", o seu novo álbum que conta com a participação de Rão Kyao, editado em Fevereiro de 2021.
Paulo Ribeiro assume que a música o acompanha sempre, e que esta faz parte integrante da sua vida.
Música que ouve muito em viagem na Rádio, um meio de comunicação ao qual dá muita importância e depois faz uso das mais diversas plataformas digitais para aceder à música que lhe interessa ouvir. Por outro lado, não dispensa, por enquanto, a audição e manuseamento dos CDs que ao longo do tempo foi adquirindo, e gosta particularmente de ouvir um álbum do princípio ao fim. Considera que existem discos que são pérolas, aos quais regressa com alguma frequência porque são intemporais e o tocam profundamente.
Desde a adolescência que tem o hábito de assistir a concertos. E admite que talvez a vontade de fazer música venha daí, dessa experiência e oportunidade de ir e "viver" os concertos de alguns dos artistas que mais admira.
Quando lhe perguntamos quais são as suas influências musicais, assume que esse é um difícil exercício, pela diversidade das mesmas, mas remete para o Cante Alentejano, que ouviu pela primeira vez em criança, numa taberna em Beringel, à música folk norte americana... e acredita que os álbuns que vai gravando, nomeadamente este mais recente intitulado "Ribeiro", são um reflexo de todas essas e outras influências musicais, e não só.
Realça, no entanto, que sempre se interessou desde cedo, foi criar a sua própria identidade, ser o mais possível “eu próprio”. Admitindo que esse conceito de "ser eu próprio" seja algo vago, alguma coisa que se relaciona com alguém que anda sempre à procura de novas possibilidades para se exprimir. Contudo, é essa inquietação que tem acompanhado todo o seu percurso e de alguma forma o incita a continuar a fazer música em diferentes projetos e contextos, assume Paulo Ribeiro.
Quando lhe pedimos que nos eleja o seu intérprete e canção favorita, voltamos a meter o Paulo Ribeiro em apertos:
“É muito difícil fazer essa escolha... são vários para momentos diferentes. Alguns estão na Playlist que me solicitam. Já que não posso fugir à questão, diria que o Tom Waits é um dos meus favoritos.
E um tema?
É outra vez complicado... Vou escolher um que não está na Playlist (risos): "Espalhem a notícia" do Sérgio Godinho.
Na escolha da playlist para os leitores e ouvintes do “O Atual”, Paulo Ribeiro traça um roteiro que nos convida a conhecer alguns “dos seus gostos musicais”, aqueles, que em discurso direto, o Paulo não quis nomear.
Bom fim-de-semana!