Ana Benedita Caro é uma mulher que impõe respeito. Fui ao seu encontro na Moura Salúquia - Associação de Mulheres de Moura que fundou para dar apoio a mulheres, a crianças e a vítimas de violência doméstica.

É uma mulher com uma história tremenda. Filha de um preso político, desde cedo soube o que era a repressão e o não viver em liberdade, emigrou e voltou com o 25 de abril, filiando-se no PCP, o seu partido de sempre, onde fez tudo: foi funcionária, vereadora, eleita municipal em Moura, candidata à Assembleia da República, adjunta do Presidente e é agora uma militante de base.

Goste-se ou não da sua ideologia, é com ela que vê o território e a defesa do papel da mulher, no direito à maternidade, no direito à igualdade e no direito a ter equipamentos que a ajudem a poder fazer isso tudo tendo os seus filhos numa creche ou pré escolar. Fundou equipamentos para a infância em Moura e Amareleja e vive agora com o sonho de concretizar o projecto do lar de idosos da Associação. 

Fiquei muito reconhecida por saber que é a primeira entrevista que dá em que fala de si, do seu pai e da sua mãe que são referências muito fortes na sua forma de ser, de atuar e de intervir no mundo que a rodeia.
Fraterna, convicta e solidária, tem um enorme papel na região no que respeita à mulher, tanto mais porque faz parte do Conselho Económico e Social (CES) e é uma das conselheiras consultivas da Comissão para a Igualdade de Género, ou seja, para lá dos 70 ainda está tremendamente activa na defesa dos direitos da mulher.