Áurea Dâmaso é uma mulher frontal, irreverente e rebelde. Diz o que sente e não faz fretes para parecer bem. É na barra dos tribunais que se sente realizada mas tudo começou como jornalista na rádio e mais tarde como assessora do antigo Governador Civil, João Paulo Ramôa, que a motivou a seguir aquilo que hoje é a sua profissão.

Nesta conversa falamos da justiça, do “brincar às comissões” que considera serem as CPCJ e de outra das áreas com que lida habitualmente, a violência doméstica. Neste ponto tem há anos uma opinião diferenciadora, acha que o sistema funciona em contraciclo e que as casas abrigo deviam ser para os agressores homens e não para as mulheres, que ao serem retiradas do seu contexto -muitas vezes com os filhos- acabam por ser duplamente punidas: são agredidas e são descontextualizadas. Uma opinião que defende devia ser posta em prática o quanto antes.

Nesta conversa, à beira do Tribunal de Beja, falámos ainda de família, de homens e mulheres que mantém uma lei de paridade com a qual ainda se sente obrigada a concordar  e de política, uma forma de intervenção social que sempre gostou e que exerceu numa União de Freguesias e agora na Assembleia Municipal. Para Áurea Dâmaso esta é uma das formas de contribuir com o seu conhecimento para a melhoria da vida da cidade.