Será possível ter uma política económica que sirva o território, ou vamos continuar à espera?
Uma economia de impacto é um sistema económico que procura obter benefícios sociais e ambientais mensuráveis, além de retorno financeiro, ou seja, em vez de apenas procurar a obtenção do lucro, as empresas e os investidores de uma economia de impacto consideram importante (e valorativo para o seu negócio) que as suas acções contribuam positivamente para a sociedade e para o ambiente. E como?
a) Procuram estabelecer objectivos financeiros com metas sociais e ambientais;
b) Utilizam métricas especificas para avaliar os impactos sociais e ambientais;
c) Direccionam o seu capital para projectos e empresas que promovam mudanças positivas;
d) Valorizam práticas que sejam viáveis a longo prazo, tanto social como ambientalmente;
Sabendo de antemão que a administração pública não procura o lucro, mas sim a satisfação dos cidadãos através das suas necessidades suprimidas pelas políticas publicas existentes, será possível pensar numa economia de impacto que valorize a administração pública e, por conseguinte, a vida das pessoas e o estado do País?
Um orçamento, seja ele de Estado, Regional ou Municipal tem sempre as vistas curtas. Feito por políticos e economistas, é um documento que traduz decisões muitas vezes a curto prazo (para um mandato eleitoral ou para um programa europeu), num equilíbrio que se pretende bem feito entre “quanto tenho para investir vs quanto tenho para receber?”
Nos dias que correm, espera-se mais de quem os pensa e produz. Esperam as pessoas e espera o Território. Ambos não têm tempo a perder e se por um lado os mandatos e os programas vão e vêm, as Pessoas e o Território cá continuam (as pessoas que não se vão embora e o território que não se perde).
Os princípios da ONU para o Investimento Responsável incentivam investidores, economistas e gestores financeiros, a abordar o investimento de uma forma diferente e desafiadora. Mais completa e responsável, através dos três pilares ESG (sigla em inglês que significa Environmental, Social e Governance) e que se referem a um conjunto de critérios usados para avaliar o impacto sustentável e ético de uma entidade, através de:
1. Integração de critérios ambientais, sociais e de governança na formulação e implementação de políticas públicas;
2. Adopção de práticas de governança que promovam a transparência, a responsabilidade e a participação pública;
3. Divulgação de informação sobre o desempenho ESG nas actividades governamentais, através de relatórios regulares sobre o impacto ambiental e social das políticas públicas, de forma simples, com linguagem acessível e directa;
4. Promoção de campanhas de sensibilização, formação e capacitação de funcionários públicos;
5. Desenvolvimento de trabalho colaborativo, entre o sector privado e ONG’s (por exemplo), associações, entre outras e entre gabinetes ministeriais;
6. Implementação de sistemas de monitorização e avaliação reais e transparentes, que cheguem a todos através de uma comunicação forte e saudável e também pelos órgãos de comunicação social;
Não sendo uma utopia é, de forma franca, uma carga de trabalhos…. Mas tendo o serviço público a máxima de “servir bem sem olhar a quem”, não deveriam ser práticas intrínsecas em todo o trabalho desenvolvido pela administração pública, na forma de capitalizar e o Território e potencializar as Pessoas? E não sendo assim, o que a prende?
O sistema actual está desgastado, ultrapassado e não traz nada de novo. Documentos “a metro” produzidos sempre da mesma maneira onde orgulhosamente se provam equilíbrios financeiros e económicos sem consistência para a geração actual e muito menos para a próxima. Tudo o resto fica para depois. Espera-se que haja uma evolução no pensamento de quem manda e no de quem apoia. Estará a mudança para breve ou vamos continuar à espera?
(escrito de acordo com o antigo acordo ortográfico)