TUDO IGUAL
Desde 18 de Fevereiro passaram mais de sete meses sobre a anterior crónica aqui, e está tudo igual. Desde o layout de “O ATUAL” até ao que acontece em Portugal. Serei eu que vejo a vida assim? Coisas de sexagenário recente, certamente, isento da genialidade, de sempre do J.Rentes de Carvalho, exibida aos noventa e muitos no “CRAVOS E FERRADURAS”, Quetzal 2024. Clarividência e desassombro. A vida à mostra.
Tudo na mesma, então. Parece que com Governo novo, e o mesmo não fazer e nem deixar fazer, marca d´água política nacional. Mudança de rosto, novos sorrisos. Foi-se o que parecia rir-se de nós, veio um que ainda se ri para gente. A caminho de rir de todos, como sempre.
Li com interesse, curiosidade e gosto, o livro de Vicente Valentim (cientista político) “O FIM DA VERGONHA, Como a Direita Radical se Normalizou” Gradiva 2024. Diz-nos V. Valentim que a direita radical sempre existiu, sem expressão pública, no pensamento de muitas pessoas, mais de 20% na Europa atual. Premissa evidente. O interessante no seu pensamento é ver os partidos e os políticos numa óptica de: eleitores => mercado a explorar; partidos => empresas; políticos => empresários, numa lógica de mercados, capitalista. Moderna, digo eu, pela dependência total do Estado. A ler.
Fascinou-me o livro de ficção de Jaime Nogueira Pinto “NOVEMBRO”, D. Quixote 2024. Um romance onde a trama decorre entre janeiro de 1973 e 25 de Novembro de 1975. A História, desapaixonada, dá origem a uma estória apaixonante. O fim do artrítico Estado Novo, o levantamento militar e os donos da Revolução, e o início em Novembro da caminhada do capitalismo de retórica socialista para que tudo fosse ficando sempre igual e não muito liberal.