O vírus afeta principalmente ovinos, embora também possa causar problemas aos bovinos e aos caprinos.Esta é uma doença transmitida por insetos, que se suspeita terem vindo do Norte de África, arrastados pelo vento, trazendo consigo esta nova estirpe da Língua Azul que, por força das alterações climáticas, encontra condições para estabelecer-se na Europa e expandir-se cada vez mais para Norte.

Atualmente, praticamente todo o Alentejo está confrontado com este problema. É uma doença de declaração obrigatória que, quando confirmada na exploração, implica um impedimento da movimentação animal durante 60 dias, o que se pode revelar penalizador, do ponto de vista económico.

A Federação dos Agricultores do Alentejo salienta ainda que os prejuízos causados à produção são muito consideráveis e decorrem da significativa mortalidade de ovinos, cuja taxa aumentou mais de 50% face a período homólogo do ano passado, mas também do número elevado de animais doentes que deixam de produzir, dos abortos e dos custos elevados com os tratamentos médico-veterinários que têm que ser administrados a estes animais.

“Acresce a esta situação, já de si muito penalizadora, que a vacina recentemente disponibilizada é muito cara e os custos de aquisição e de aplicação estão a ser suportados integralmente pelos produtores, ao contrário do que acontece em outros países comunitários, como por exemplo em França e em Espanha, onde o Estado suporta na íntegra a aquisição da referida vacina”, manifesta a Federação. 

Os responsáveis da FAABA escreveram a José Manuel Fernandes, visto que ”em Portugal e apesar da gravidade da situação, o governo não manifestou, até ao momento, qualquer intenção de apoiar a produção a suportar estes prejuízos e custos acrescidos”, referem. 

Acrescentam ainda, em forma de apelo público, que “tendo em conta a relevância da ovinicultura na estruturação e na economia dos territórios, nomeadamente nas zonas do interior, mais frágeis do ponto de vista social e económico, e o potencial destrutivo desta nova crise sanitária, parece-nos de elementar justiça, esperar, com brevidade, por parte da nossa Administração, igual tratamento ao dos nossos colegas espanhóis e franceses”.

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