AJAP e CNA contestam reprogramação do PEPAC
A Associação dos Jovens Agricultores de Portugal (AJAP) e a Confederação Nacional da Agricultura (CNA) criticam a nova reprogramação do Plano Estratégico da Política Agrícola Comum (PEPAC).
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A AJAP, em nota de imprensa, “lamenta profundamente os
enormes cortes no investimento que estão consagrados na terceira reprogramação”
do PEPAC.
Firmino Cordeiro, Diretor-Geral da AJAP, afirma que “o cenário que temos em cima da mesa, com estes cortes, coloca em causa o futuro da agricultura em Portugal, sobretudo quando o investimento é prioritário e urgente na reconversão e dinamização de muitas explorações em todo o País”.
Firmino Cordeiro sublinha ainda que, “se existe setor que exige estabilidade nas políticas, na estratégia, na estruturação e restruturação e programação, é o setor agrícola”. E lembra que a AJAP “tem alertado sucessivamente, os anteriores Governos e o atual, para o envelhecimento e o despovoamento galopantes que ameaçam a agricultura e os territórios, sendo urgente inverter esta tendência, fixando mais jovens agricultores à terra e até noutras atividades da área económica, impulsionando a figura do Jovem Empresário Rural.
Também em nota de imprensa, a CNA, critica a terceira reprogramação do PEPAC, considerando que se trata de “um novo ataque à agricultura familiar”.
De acordo com a CNA “este Governo mantém o caminho de
anteriores governos e insiste em privilegiar as explorações de maior dimensão
em detrimento de uma maior equidade na distribuição das ajudas da PAC.”
Ainda segundo a CNA, “não foi por falta de alternativas, as opções agora
tomadas poderiam ter sido bem diferentes e o Ministro da Agricultura e o
Governo tinham na sua posse propostas concretas e concretizáveis. Mas,
claramente, não por falta de dinheiro nem por imposições de Bruxelas, o
Ministério da Agricultura avançou com uma reprogramação do PEPAC em linha com a
sua visão da Agricultura e do Mundo Rural onde não há espaço para o minifúndio,
para a Agricultura Familiar, para os Baldios e para as explorações de menor
dimensão.”
A CNA finaliza com a afirmação que “as opções do Ministério da Agricultura e do
Governo têm consequências graves para o país, pois não é com estas estas
políticas que se eleva a estratégico o sector agrícola, que se desenvolve a
Agricultura e se dinamiza uma verdadeira política de Desenvolvimento Rural.”