André Tomé, ex-coordenador do Centro Unesco de Beja, ganhou bolsa nos EUA
André Tomé, investigador do Centro de Estudos em Arqueologia, Artes e Ciências do Património (CEAACP), da Universidade de Coimbra, e que até há pouco tempo foi coordenador do Centro Unesco de Beja, acaba de ganhar uma bolsa do Harvard Museum of the Ancient Near East, nos Estados Unidos da América, com o projeto de trabalho “Tell Beydar (1992-2010) – A Seleucid-Parthian Settlement in Northeastern Syria”, coordenado pela professora Maria da Conceição Lopes.
Em nota de imprensa, a Universidade de Coimbra, avança que a bolsa vai ter a duração de dois anos, e que a mesma foi obtida num concurso internacional no âmbito de um programa que financia estudos e publicações arqueológicas – White Levy Program for Archaeological Publications –, gerido pela Universidade de Harvard.
O trabalho distinguindo retoma um importante projeto da Universidade de Coimbra que decorreu na Síria entre 2008 e 2010. Na altura, a equipa de Maria da Conceição Lopes participou ativamente nos trabalhos de investigação no terreno, criando importantes sinergias e a possibilidade de, a longo prazo, estudar um importante acervo de um período compreendido entre o século III a.C. e o século I d.C., ainda pouco conhecido, contrastando com o que se conhece da cidade do III milénio.
«Com o apoio do CEAACP, decidimos candidatar o estudo e a publicação de um conjunto de dados novos referentes à época helenística de Tell Beydar, um sítio arqueológico com mais de cinco mil anos que é essencialmente conhecido por ser das primeiras grandes cidades da Alta Mesopotâmia, onde surgiram, por exemplo, algumas das primeiras tabuinhas com escrita cuneiforme encontradas na Síria», descreve André Tomé.
Mais especificamente, «pretendemos finalizar os trabalhos iniciados e trazer a discussão aquele que é um dos acervos mais importantes para o conhecimento desta época. Perceber os processos de hibridização entre comunidades indígenas e as novas influências gregas, ou qual a forma de organização destes territórios e da sua exploração nos séculos após as conquistas de Alexandre o Grande, são algumas questões a que procuraremos responder», clarifica o investigador do CEAACP.
Aos trabalhos de investigação foi atribuída uma bolsa no valor de 30 mil dólares. A publicação que daí resultará será assegurada pelo Centro Europeu para os Estudos da Alta Mesopotâmia (ECUMS).