APCP pede urgência na definição do Plano Estratégico de Desenvolvimento para os Cuidados Paliativos
A Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos (APCP) considera, em nota de imprensa, muito preocupante que até ao momento não tenha sido apresentado qualquer Plano Estratégico de Desenvolvimento para o setor.
Passados 8 meses do término do último Plano Estratégico de Desenvolvimento para
os Cuidados Paliativos, e 4 meses da nomeação da nova Comissão Nacional de
Cuidados Paliativos, o Plano para o Biénio 2021-2022 continua ainda por
definir, uma situação que, segundo a APCP, continua a afetar dezenas de
milhares de portugueses.
De acordo com a APCP “ a urgência da definição estratégica prende-se,
sobretudo, com a iminência do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), que
prevê a alocação de 205 milhões de euros para as áreas dos Cuidados Paliativos
e dos Cuidados Continuados."
É ainda recordado que “durante a consulta pública que o Governo promoveu a APCP
entregou as suas propostas para a definição do que seriam as prioridades de
investimento nesta área, alertando para a necessidade de ficar bem definido o
que seria adstrito a cada uma das áreas, dada a enorme diferença na natureza
das mesmas” e que a APCP apresentou estas propostas, em abril, à ministra da
Saúde."
Depois da nomeação da atual Comissão Nacional de
Cuidados Paliativos, a APCP teve ainda uma reunião onde foi possível partilhar
as suas principais preocupações, tendo sido entregue a esta Comissão o
documento enviado ao Governo, a propósito do PRR.
Afirma também a APCP que
“a enorme evidência da falta de respostas especializadas em Cuidados
Paliativos, em todos os contextos, mas sobretudo na comunidade, foi exacerbada
pela Pandemia COVID-19" e que "a tradução no aumento da comorbilidade das
doenças crónicas, que viram um enorme atraso na capacidade de resposta do SNS,
se sentirá, de forma muito significativa, nos próximos anos.”
A APCP destaca ainda que “estas situações não são exclusivas dos mais velhos, mas
transversais a todas as faixas etárias” logo, considera “incompreensível que
este continue a ser um assunto fora da agenda política deste Governo.”