Arqueólogo e historiador Manuel Maia morre aos 76 anos
O arqueólogo e historiador Manuel Maia, um dos fundadores do Museu da Lucerna, em Castro Verde, no distrito de Beja, morreu hoje, confirmou à agência Lusa fonte da cooperativa Cortiçol, com a qual colaborava.
Segundo a mesma fonte, Manuel Maia, de 76 anos, morreu no hospital de Beja, “onde estava internado há cerca de duas semanas”.
Natural de Lisboa, Manuel Maia era licenciado em História pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e foi responsável por inúmeras escavações arqueológicas e pela coordenação de vários projetos em Portugal.
Entre estes, destaque para o projeto dinamizado no concelho de alentejano de Castro Verde, juntamente com a esposa, a arqueóloga Maria Maia, também já falecida, que levou à descoberta do depósito de lucernas romanas na freguesia de Santa Bárbara de Padrões.
Este achado deu depois origem ao Museu da Lucerna, propriedade da cooperativa Cortiçol e instalado em Castro Verde, de que Manuel Maia foi um dos fundadores e onde assumia atualmente as funções de conservador e diretor.
Numa nota de pesar, o professor catedrático da Universidade de Coimbra José d’Encarnação recordou que Manuel Maia esteve também na criação do “grande projeto de preservar a cidade romana de Balsa, em Tavira, criando um Campo Arqueológico, a designação comum na altura para as estruturas de apoio a um sítio arqueológico”.
“Aí desenvolveram [Manuel e Maria Maia] uma atividade a todos os títulos notável, podendo mesmo afirmar-se que, sem o seu entusiasmo e dedicação, de Balsa se não conheceria o que se sabe hoje”, acrescentou aquele investigador.
A Câmara Municipal de Castro Verde aprovou hoje, por unanimidade, um voto de pesar pela morte de Manuel Maia.
“O seu desaparecimento físico constitui para Castro Verde e para a comunidade científica ligada à História a perda irreparável de alguém que, nos últimos 40 anos, assumiu no nosso concelho e no país um forte compromisso cívico e de caráter social”, sublinhou a autarquia no voto de pesar.
O corpo estará em câmara ardente, na sexta-feira, na casa mortuária de Castro Verde, seguindo para Faro, às 14:00 horas, onde será cremado.