Contactada pela agência Lusa, fonte da APA esclareceu apenas que a associação, que gere a água da albufeira de Santa Clara, já deu cumprimento a uma determinação daquele organismo com vista à libertação de caudais ecológicos para o rio Mira.

Num esclarecimento, publicado na Internet e consultado pela Lusa, a APA referiu que, depois de ter verificado o reduzido volume de água do “espelho de água” junto a Santa Clara-a-Velha, comunicou, em 16 de junho, à direção da associação, que deveria ser operacionalizada, “com a máxima brevidade, a libertação de caudais ecológicos para o rio Mira”, devido ao impacto na saúde pública.

A determinação da APA “para acautelar valores ambientais imprescindíveis do rio, mas igualmente valores sociais” associados, “deve ser acatada com a máxima brevidade”, lê-se no documento.

Contactado hoje pela agência Lusa, o presidente da Junta de Freguesia de Santa Clara-a-Velha, Fernando Peixeiro, confirmou que “o ‘espelho de água’ está a encher” e que “a água já corre na ribeira”.

“Até agora, ninguém nos disse nada, mas é verdade que o ‘espelho de água’ está a encher e que neste troço, desde a barragem até Santa Clara-a-Velha, a água já corre na ribeira”, afirmou.

Segundo o autarca, desde terça-feira que esta situação se verifica, embora “não tenha informação se é caudal ecológico ou algum lançamento que fizeram de água para o rio”.

“Temos visto o rio a correr”, prosseguiu o autarca que, apesar de satisfeito com a reposição da situação, disse não ter recebido esclarecimentos por parte da APA ou da ABM e querer saber “se é para manter ou se é pontual”.

Por isso, frisou, vai pedir informações “para perceber se isto é do caudal ecológico ou se é uma situação pontual, para, de alguma forma, calar a opinião pública”.

A APA foi alertada, na semana passada, pela Junta de Freguesia de Santa Clara-a-Velha para o “abaixamento do nível de água” no caudal ecológico do rio Mira, tendo verificado, após uma deslocação ao local, que se tratava de “uma situação preocupante do ponto de vista da saúde pública e de salubridade”.

Na altura, em comunicado, a Junta de Freguesia de Santa Clara-a-Velha, no interior do concelho de Odemira, acusou a ABM de ser responsável pela “iminente catástrofe ambiental” naquele curso de água.

A Lusa já tentou, por diversas vezes, falar com a Associação de Beneficiários do Mira, mas os contactos telefónicos foram infrutíferos.                                                                                                                                                                                                                     

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