A Associação Transfronteiriça de PME e Trabalhadores Independentes Huelva-Alentejo foi hoje apresentada em Serpa, no distrito de Beja, numa cerimónia na câmara municipal, que juntou as organizações promotoras.

João Efigénio Palma, presidente da Câmara Municipal de Serpa, referiu na abertura do encontro, que o município de Serpa vê com muito interesse o trabalho que estas organizações estão e podem no futuro desenvolver.

A entidade é uma iniciativa conjunta da Confederação Portuguesa de Micro, Pequenas e Médias Empresas (CPPME) e da União de Associações de Empresários e Trabalhadores Independentes da Andaluzia (UATAE) e visa gerar sinergias de ambos os lados da fronteira.

“É um instrumento, uma ferramenta para que possamos aproveitar os recursos de um lado e de outro da fronteira”, afirmou o presidente da nova associação, Antonio Tristancho, frisando que, desta forma, será possível “melhorar o território, a economia, o emprego e os negócios” dos empresários associados.

É importante que os empresários e os trabalhadores independentes “tenham mais possibilidades, mais oportunidades de chegarem mais longe quando o mercado se esgota, quando não há mais possibilidades, temos de saber onde ir, onde chegar, ter apoios para continuar a produzir e a criar emprego e riqueza”, argumentou.

E, se os empresários se unirem, é possível “chegar mais longe e aproveitar sinergias, linhas de negócio, apoios” que, de outra forma, nunca chegaram aos pequenos negócios, acrescentou.

“Normalmente são as grandes plataformas, os grandes conglomerados empresariais [a beneficiarem de apoios comunitários] e isso não nos chega nunca”, afirmou à agência Lusa, quando questionado sobre se a ideia é captar verbas do próximo período de fundos comunitários.

Antonio Tristancho assumiu que a associação transfronteiriça, que já tem à volta de 100 associados na zona de Huelva e também “um número importante” do lado alentejano, quer ter projetos próprios e capacidade de captar recursos que beneficiem as PME e os trabalhadores independentes.

Para que estes, assim, “tenham voz e protagonismo”, uma representação, “porque os grandes não representam os pequenos”, frisou.

Um dos oradores na sessão foi o presidente da CPPME, Jorge Pisco, que realçou que o programa Interreg Espanha-Portugal (POCTEP) 2021-2027 “é o maior programa de cooperação transfronteiriça da União Europeia” e tem previsto receber “mais de 320 milhões de euros”.

“Se o objetivo central desta cooperação territorial é promover um desenvolvimento económico, social e territorial harmonioso nas regiões, então, há que não perder tempo e trabalhar para apresentar projetos” e concretizá-los, defendeu, embora lembrando as dificuldades com que se debatem os micro e pequenos empresários em Portugal.


Das 14.951 empresas do Baixo Alentejo, 14.621 são micro empresas, exemplificou, defendendo que, no país, é preciso que as PME tenham recursos e estabilidade económica para crescerem.

“Criar relações transfronteiriças é um caminho a trilhar que em muito pode contribuir para o desenvolvimento das regiões e do tecido empresarial”, sustentou.

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