Aumento superior a 25% nos pedidos de apoio à Cáritas de Beja
A Cáritas Diocesana de Beja registou em 2020 um aumento superior a 25% no número de pessoas a pedir apoio, em comparação com o ano anterior, revelou o presidente da instituição Isaurindo Oliveira.
O aumento reflete-se num apoio a 5.863 pessoas, correspondente a 2.419 famílias, no ano marcado pelo início da pandemia de covid-19, em março, em contraste com as 3.883 pessoas de 1.927 famílias apoiadas em 2019.
O aumento anual de 25,53% nos pedidos de apoio, face a 2019, teve um impacto ainda maior do ponto de vista financeiro, tendo a Cáritas de Beja mobilizado 27.342 euros através do Fundo de Emergência Social Diocesano e dos Grupos Paroquiais de Ação Social.
Trata-se de um aumento de 32,7% em relação a 2019, ano no qual foram gastos 20.594 euros em donativos financeiros para apoios económicos a famílias com dificuldades.
“Serviu, sobretudo, para pagar despesas como arrendamento privado, luz, água, gás, cartões do cidadão, transportes públicos, medicação crónica, bens de primeira necessidade e bens alimentares para famílias em isolamento profilático com carência económica e quando não existe outra resposta alimentar”, especificou Isaurindo Oliveira.
Segundo a coordenadora técnica do Serviço de Atendimento e Acompanhamento Social (SAAS) da Cáritas de Beja, Ana Soeiro, o aumento dos pedidos de ajuda está relacionado com o facto de “alguns agregados familiares” terem sido “afetados pelas restrições” do estado de emergência decretado devido à pandemia de covid-19.
“Os contratos eram precários e foram dispensados sem quaisquer direitos de proteção social, solicitando apoio alimentar e económico para despesas fixas mensais”, explicou à Lusa Ana Soeiro.
Além disso, acrescentou, “com exceção dos lares”, as ofertas de trabalho têm sido menores e “as despesas fixas das famílias também aumentaram”, já que o agregado familiar passa mais tempo em casa, “designadamente as crianças”.
Segundo a coordenadora técnica do Serviço de Atendimento Social Diocesano (SASD), Teresa Martins, tratam-se, sobretudo, de “pessoas que trabalham na restauração e na agricultura”.
“Perderam os seus empregos e a redução no vencimento deixou-as em situação de vulnerabilidade. O encerramento das escolas também fez aumentar os pedidos alimentares e financeiros, pois as crianças em casa consomem mais alimentos e energia elétrica”, afirmou.