“Ainda não há projetos de ligação elétrica, nem de desvio de uma linha de média tensão, que são decisivos para percebermos as implicações que têm nos nossos [projetos para acessibilidades e rede de água e saneamento], que estão feitos e prontos para lançar a concurso”, revelou o autarca.

Pinto de Sá (CDU) disse à agência Lusa ter ficado surpreendido quando, em novembro, o município foi informado pela empresa de distribuição de energia E-Redes de que, naquela altura, “não havia nenhum pedido por parte do dono da obra para a alimentação da energia elétrica ao hospital”.

“Isso tem implicações, em particular com o nosso projeto de acessibilidades” da futura unidade hospitalar, salientou o presidente da autarquia, frisando que “esta situação obviamente atrasa o processo do hospital”.

A Lusa contactou a Administração Regional de Saúde (ARS) do Alentejo, dona da obra, que, numa resposta através de correio eletrónico, limitou-se a indicar que os dois pedidos de ligação da sua responsabilidade para fornecimento de energia à área dentro do lote do hospital “estão pagos e em execução”.

“Os restantes três, relativos a infraestruturas elétricas da rede pública fora do lote do hospital, são da responsabilidade da Câmara de Évora e da E-Redes e estão dependentes da conclusão da execução do projeto das novas vias de acesso viário”, disse.

Também questionada pela Lusa, a E-Redes revelou ter emitido “um primeiro orçamento de ligação à rede em agosto de 2023”, cujo prazo para pagamento pelo cliente, que a empresa não especificou qual, caducou, “apesar de sucessivos contactos”.

“Em abril de 2024, a E-Redes recebeu um novo pedido de ligação à rede, tendo sido emitido um novo orçamento, [que foi] aceite pelo cliente apenas em 06 de dezembro para a execução da obra”, adiantou.

Segundo a empresa de distribuição de energia, a empreitada implica “a construção de dois painéis (equipamentos técnicos) nas subestações de Évora e Caeira, que vai permitir a ligação do hospital à rede de média tensão”.

“A componente da obra da responsabilidade da E-Redes tem um prazo de execução de um ano após realizado o pagamento do orçamento”, o que aconteceu no dia 06 deste mês, acrescentou.

Nas declarações à Lusa, o autarca de Évora realçou que, quando soube em novembro que não havia pedidos para o fornecimento de energia ao hospital, solicitou esclarecimentos à ARS do Alentejo e ao Ministério da Saúde e “as coisas já estão a andar”.

“Como é que num projeto desta dimensão ninguém olhou para a questão da alimentação de energia ao hospital”, questionou, frisando que “não se trata de um qualquer cabo”, mas sim de “uma ligação poderosa que terá que ter redundâncias”.

O autarca referiu que a câmara aguarda que lhe seja fornecido o projeto de ligação elétrica, quando elaborado, para haver uma compatibilização com os das acessibilidades e da rede de água e saneamento, a cargo do município.

“Estamos em condições de lançar os concursos, mas não tem sentido, porque, depois, poderá haver implicações muito significativas com os outros”, pelo que é preciso “aguardar que estes projetos sejam elaborados”, acrescentou.

A conclusão das obras do novo hospital já teve várias datas anunciadas, como o final de 2023 ou início de 2024, final de 2024, fevereiro de 2025, no tempo do Governo do PS, e, agora, primeiro semestre de 2026, com o Governo da Aliança Democrática (AD).

Envolvendo um investimento superior a 200 milhões de euros, o futuro hospital deverá ter 360 camas em quartos individuais - podem ser aumentadas até 487 -, 11 blocos operatórios, cinco postos de pré-operatório e 43 postos de recobro, entre outras valências.

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