Autarca alerta que um terço dos habitantes de Aljustrel não tem médico de família
O presidente da Câmara de Aljustrel, Carlos Teles, eleito pelo PS, alertou hoje que um terço dos habitantes do concelho não tem médico de família e exigiu ao Governo “medidas imediatas” para responder ao problema.
Numa carta aberta dirigida ao ministro da Saúde, divulgada pelo município, o autarca afirmou que o serviço público de saúde no concelho “perdeu muita capacidade de resposta nos últimos tempos” com a “saída de vários médicos” do centro de saúde local.
“No concelho de Aljustrel, um em cada três habitantes não tem acesso a médico de família”, advertiu, vincando que a situação “não pode ser aceite pela autarquia porque, por trás de cada número, está uma pessoa”.
Carlos Teles referiu que “o município exige que cada habitante do concelho tenha acesso a médico de família”, assinalando que Aljustrel é “um concelho envelhecido e com acesso insuficiente a transportes públicos para os serviços de saúde centralizados”.
“Apesar de se registarem algumas iniciativas recentes do Ministério da Saúde, como a aprovação do regime de dedicação plena de médicos no Serviço Nacional de Saúde (SNS), exigem-se resultados imediatos e não apenas paliativos ou soluções que só terão concretização prática daqui a vários anos”, sublinhou.
Para o presidente do município, devem ser implementadas no concelho alentejano “medidas imediatas que produzam soluções capazes de dar respostas eficazes às populações”, através de “programas com provas dadas”.
O autarca sugeriu a retoma do Serviço Médico à Periferia, lembrando que, “entre 1975 e 1982, permitiu fixar no interior do país centenas de médicos, muitos deles, em vias de transitar para a reforma ou já aposentados”.
“Apenas no distrito de Beja, no próximo ano, serão mais de 50 os médicos nestas circunstâncias”, realçou.
Outro programa defendido por Carlos Teles na carta enviada ao ministro da Saúde é a “criação de uma via verde temporária para processos de certificação profissional de médicos estrangeiros”, pois “residem em Portugal cerca de 300 médicos extracomunitários disponíveis para contribuir para o SNS”.
Frisando que estes clínicos podem “colmatar várias necessidades nos centros de saúde do interior do país”, o autarca socialista notou que, “só no concelho de Aljustrel, residem três médicos nesta situação”.
“A autarquia já está a fazer a sua parte e aprovou o Regulamento Municipal de Apoio à Fixação de Médicos no Concelho de Aljustrel, resposta municipal que concretiza a atribuição de apoios à aquisição e aluguer de habitação e deslocação de médicos no concelho”, acrescentou.
Na carta, o presidente da Câmara de Aljustrel solicitou ainda uma reunião ao ministro da Saúde, Manuel Pizarro, para discutir a situação da saúde no concelho.