Foto: Justino Engana

Em declarações à agência Lusa, o autarca de Almodôvar, António Bota (PS), disse que, no caso do seu município, o orçamento de 2022 “só vai chegar ao fim do ano” se cortar “nas obras públicas”.

“Se não cortarmos nas obras públicas não temos dinheiro que chegue para aguentar as despesas correntes. Nem nós nem praticamente nenhuma autarquia no país, salvo algumas exceções no litoral”, acrescentou o também presidente da Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo, que junta 13 das 14 autarquias do distrito de Beja.

De acordo com o autarca alentejano, os orçamentos municipais para 2022 foram preparados “com base na média” dos custos dos últimos cinco anos.

Contudo, continuou, os preços da energia e dos combustíveis, assim como de outras matérias-primas, “dispararam de forma exorbitante” nos últimos dois meses.

“Não conseguimos chegar ao fim do ano se não cortarmos em obras planeadas, é impossível”, frisou.

Para António Bota, a solução passa por um reforço do montante a transferir pelo governo aos municípios através do Orçamento do Estado para 2022, que começou hoje a ser discutido no parlamento.

“Ou o governo ajuda ou daqui a um ano estamos todos [câmaras municipais] em planos de recuperação financeira, com exceção de meia dúzia de municípios”, alertou.

 

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