Autarca de Odemira pede “reforço” dos serviços públicos no concelho
O presidente da Câmara de Odemira, Hélder Guerreiro, pediu um reforço de pessoal nos serviços públicos existentes no concelho, onde disse faltarem “cerca de 38” funcionários em várias áreas de atuação.
Foto: Justino Engana
“Tirando a segurança, temos um défice de cerca de 38 pessoas” em diversos serviços públicos no território, afirmou o autarca na sessão de abertura de uma conferência sobre migrantes, em São Teotónio, no concelho de Odemira, na qual esteve presente a ministra-adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes.
Lembrando que, em 2021, no concelho de Odemira, foram recenseados, 10.927 migrantes residentes, de 80 nacionalidades, o que representa 37% da população do município, Hélder Guerreiro afirmou que “este fenómeno é estrutural e não contextual”.
“Não podemos estar à espera que passe, pois é um fenómeno estrutural que veio para ficar”, disse, acrescentando que “a diversidade é a regra” em Odemira e “a flutuação um princípio”.
Para o autarca, “o desafio central” de Odemira “é reconstruir uma comunidade que sofreu um impacto muito grande do ponto de vista dos fluxos migratórios”.
Uma realidade que levou o presidente da câmara municipal a pedir ao Governo, através da presença da ministra, um reforço dos serviços públicos no concelho.
Como exemplo, Hélder Guerreiro apontou que, “dos 3.674 inscritos” no desemprego no Alentejo Litoral, “2.574” são de Odemira.
“É estranho que o centro de emprego seja noutro sítio que não aqui”, em Odemira, observou.
O presidente da câmara disse ainda que, no concelho, faltam também “mais agentes de segurança”, assim como “mais 10 pessoas” nas Finanças, “mais três” na Segurança Social, “mais oito” na Justiça, “mais 14” na Saúde e “mais quatro” na Conservatória.
“E precisamos da ACT [Autoridade para as Condições do Trabalho] e da ASAE [Autoridade de Segurança Alimentar e Económica] em Odemira, porque a atividade económica precisa de Estado no território”, reclamou.
Perante estas reivindicações, a ministra-adjunta e dos Assuntos Parlamentares disse, na sessão de abertura da conferência, que o “desafio das migrações” é “enorme” e “exigente”, mas também uma “oportunidade” para garantir que os “territórios mais despovoados possam voltar a estar povoados”.
Já em declarações aos jornalistas, Ana Catarina Mendes lembrou que, “ainda esta semana”, o secretário de Estado da Digitalização e da Modernização, Mário Campolargo, “anunciou novas coisas para a área da administração pública”.
A ministra acrescentou que o “desígnio” do Governo é continuar “a trabalhar com as autarquias, a sociedade civil e as empresas” para “melhorar os serviços públicos”.
A conferência que hoje arrancou, intitulada “Propostas Locais para Desafios Globais: Habitação, Trabalho, Acolhimento e Integração”, prolonga-se até quarta-feira e reúne entidades locais, regionais e nacionais, assim como o meio académico, para discutir e refletir sobre a estratégia para adaptação do território aos atuais desafios, divulgou o município.