Autarca de Santiago do Cacém exige suspensão de obras na EN121
O presidente da Câmara de Santiago do Cacém, Álvaro Beijinha, exigiu a “suspensão imediata” das obras na passagem desnivelada da Estrada Nacional 121 (EN121) e a reabertura daquela via até serem “definidas alternativas” seguras.
As obras, que visam a supressão da passagem de nível na EN121, entre Santiago do Cacém e São Bartolomeu da Serra, e a construção de uma passagem superior, a cargo da empresa Infraestruturas de Portugal (IP), obrigaram ao corte daquela via no início desta semana.
Como alternativa, o trânsito de veículos ligeiros passou a ser feito pela Mulinheta, uma estrada municipal que, apesar de ter sido recentemente pavimentada, “acarreta um conjunto de riscos”, explicou à agência Lusa o presidente da câmara, Álvaro Beijinha, que se reuniu esta quarta-feira com o presidente da IP, Miguel Cruz.
Além de não estar devidamente sinalizada, “a solução que foi preconizada acarreta um conjunto de riscos”, disse o autarca à Lusa, apontando que, só “nos primeiros dois dias” após o corte da estrada, houve “pelo menos quatro acidentes” naquele troço alternativo de 4,5 quilómetros.
"A via não comporta o tráfego que está a ter porque tem quatro metros de largura e, apesar de ter sido recentemente pavimentada já apresenta problemas, até porque, estando proibida a pesados, é certo que já foram detetados vários pesados a passar ali à revelia", afirmou.
Segundo Álvaro Beijinha, esta situação afeta também cerca de 180 alunos que utilizam os transportes públicos para frequentarem as escolas na sede do município e no concelho vizinho de Sines, que são obrigados a fazer um desvio de quase 20 quilómetros.
“Os alunos de Alvalade têm de sair às 06:15 da manhã e só conseguem regressar a casa às 20:30”, exemplificou.
O autarca alegou que, no encontro com a IP, pediu “a suspensão imediata da obra", uma vez que numa visita ao local, foi possível perceber "que ainda não tinha decorrido qualquer trabalho na via, podendo [esta] ser reaberta” até serem encontradas “soluções diferentes”.
Entre elas está a adoção de “um sentido único” na estrada da Mulinheta e “a qualificação” de uma “estrada de terra batida”, paralela à linha ferroviária, para a circulação do trânsito no “sentido contrário”, de modo a "minimizar o perigo", concluiu.
Também o comandante dos Bombeiros Voluntários de Santiago do Cacém, Pedro Torrão, alertou que esta situação compromete “a resposta” da corporação “aos serviços de emergência solicitados” pelas populações de Ermidas-Sado, São Bartolomeu da Serra, Abela, Outeiro do Lobo, Cova do Gato e Arealão.
“Devido ao corte da EN 121 para obras, com duração prevista de oito meses, poderemos levar mais algum tempo para dar resposta aos serviços de emergência solicitados, devido ao desvio que teremos de realizar”, informou o responsável, numa publicação na página oficial da Associação Humanitária dos Bombeiros Mistos de Santiago do Cacém na rede social Facebook.
As obras para a supressão da passagem de nível nesta estrada, entre Santiago do Cacém e São Bartolomeu da Serra, e a construção de uma passagem superior fazem parte da empreitada de modernização da linha ferroviária Ermidas-Sado - Sines.