Autarcas transfronteiriços querem solução para fronteiras encerradas
Autarcas de zonas transfronteiriças, de norte a sul do país, querem uma reunião "urgente" com o ministro da Administração Interna para discutir o encerramento de fronteiras entre Portugal e Espanha. O pedido foi feito numa carta enviada a Eduardo Cabrita.
Recorde-se que o novo
estado de emergência, em vigor inclui as fronteiras fechadas e outras
controladas de maneira a evitar viagens internacionais.A passagem para
Espanha só é permitida em determinadas zonas e por razões específicas,
nomeadamente trabalho, regresso a casa, transporte de mercadorias e de correio,
assim como viaturas de emergência ou de fins humanitários.
Existem apenas oito pontos fronteiriços abertos em permanência, três são no Alentejo, Marvão, Caia e Vila Verde de Ficalho e cinco em que a passagem é permitida apenas nos dias úteis entre as 7.00 e as 9.00 e das 18.00 e às 20.00 horas. Barrancos e Mourão são as duas localidades alentejanas onde se coloca esta situação.
Os autarcas querem que “seja reconsiderada esta medida e, no mais curto espaço de tempo possível, seja reposta a normalidade nas fronteiras ou, na impossibilidade de tal, que em cada um dos municípios seja assegurada uma passagem permanente.”
João Serranito
Nunes, presidente da Câmara Municipal de Barrancos, afirma que relativamente ao
seu concelho, a abertura da fronteira duas horas de manhã, duas de tarde “satisfaz
maioritariamente” os interesses das pessoas.
Ainda assim, João Serranito Nunes está solidário com os colegas autarcas que têm as fronteiras fechadas, revê-se na reivindicação que fazem e recorda que essa situação já aconteceu, em Barrancos, aquando do primeiro confinamento. O autarca revela que os encerramentos penalizam estes territórios que têm, por natureza, economias muito frágeis e o peso maior vem da cooperação transfronteiriça.