“As prioridades são atrair empresas e criar emprego no sentido de poder manter [habitantes] e trazer [de volta] algumas pessoas que acabaram por sair” do concelho e, assim, “reavivar Barrancos”, disse hoje à agência Lusa Leonel Rodrigues.

A inovação e o emprego ligados ao turismo e à preservação da natureza são ‘bandeiras’ do autarca, que também quer alterar e atualizar “alguns regulamentos” municipais que “estão um pouco caducos”, como o Plano Diretor Municipal.

Trata-se de “preparar Barrancos para o século XXI” em áreas que considerou “importantes”, nomeadamente emprego, empreendedorismo, tecnologia, ambiente, preservação da natureza e turismo.

Nas autárquicas de setembro, numa eleição “atípica” no concelho, porque não conseguiu maioria absoluta, Leonel Rodrigues reconquistou para a CDU a Câmara de Barrancos, que a coligação, que junta PCP e PEV, tinha perdido para o PS em 2017.

Segundo o autarca, a eleição foi “um pouco atípica”, já que “nunca tinha acontecido” o partido mais votado não obter maioria absoluta e porque, pela primeira vez, o PSD, neste caso coligado com o CDS-PP, elegeu um vereador neste município alentejano.

A CDU foi a força política mais votada na eleição para a câmara municipal, com 46,5% dos votos, seguindo-se o PS com 34,80% e a coligação PSD/CDS-PP com 15,50%.

Com estes resultados, a CDU elegeu dois dos cinco lugares no executivo (o presidente e um vereador), sendo os restantes atribuídos ao PS (dois) e à coligação PSD/CDS-PP (um).

Sem qualquer acordo para a governação estabelecido com o PS ou a coligação PSD/CDS-PP, Leonel Rodrigues espera agora colaboração das outras forças políticas: “Barrancos é uma vila pequenina, conhecemo-nos todos e penso que conseguiremos trabalhar em conjunto”.

“A questão [de não ter maioria absoluta] vai passar simplesmente pelo entendimento e pela colaboração entre todos para consensualizar posições para que possam ser aprovadas e passar na Câmara e na Assembleia Municipal”, disse.

Segundo o autarca, na Assembleia Municipal de Barrancos, a CDU tem oito eleitos, o mesmo número da soma dos eleitos do PS (cinco) e da coligação PSD/CDS-PP (três), mas, em algumas matérias, poderá ter maioria absoluta, com o voto de qualidade do presidente do órgão, pelo que “a questão está salvaguardada”.

Em declarações à Lusa, o vereador do PS na câmara José Domingos Marques disse que os socialistas farão “uma oposição construtiva, tendo sempre em conta o superior interesse da população”.

Os vereadores socialistas estão “disponíveis” para “discutir” assuntos com os eleitos da CDU, vão “fazer valer e tentar que passem” os seus projetos e ideias e irão analisar as matérias e decidir o sentido de voto nas reuniões de câmara “caso a caso”, indicou José Domingos Marques, que foi cabeça de lista do PS nas autárquicas.

A vereadora eleita pela coligação PSD/CDS-PP, Dalila Guerra, disse à Lusa que também quer “trabalhar em conjunto” e irá “sempre tomar a decisão mais positiva em tudo o que for para o bem comum e em que esteja em causa o interesse público” do concelho.

 O presidente da autarquia “não propôs qualquer acordo à oposição” e, por isso, os assuntos vão ser “analisados caso a caso e votados em cada reunião”, vincou.

 

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