Autárquicas: PCP elege PS como “adversário eleitoral” da CDU
O PCP elegeu o PS como “adversário eleitoral” da Coligação Democrática Unitária (CDU) nas autárquicas e tem como objetivo confirmar as atuais 24 câmaras e recuperar as 10 ou mais perdidas em 2017 e nas eleições anteriores.
“O adversário eleitoral que temos é o PS. Nós discutimos câmaras com o PS”, afirmou, em declarações à agência Lusa, o dirigente comunista com o dossiê autárquico, Jorge Cordeiro, sobre a estratégias e as metas da CDU para as eleições locais em setembro ou outubro.
Numa altura em que já estão apresentadas 121 candidaturas a câmaras e os comunistas subiram o tom das críticas ao Governo e ao PS, PCP e CDU querem “naturalmente confirmar”, nas urnas, as 24 maiorias nas câmaras que governam e recuperar as 10 perdidas em 2017 e outras em eleições anteriores.
“São essas 10 e algumas outras que, não tendo sido perdidas em 2017, nós temos a perspetiva de que podem voltar a ser geridas pela CDU”, disse, referindo-se a casos de câmaras perdidas em 2009 e 2013.
A exceção nessa regra de ter o PS como “adversário eleitoral” tem sido, nos últimos anos, algumas câmaras perdidas pela CDU para o PS e depois ganhas pelo PSD, como é o caso em Silves (PSD), e “a disputa a travar” em Vila Real de Santo António, mais “uma câmara PSD”.
Porque já aconteceu, segundo disse, casos de municípios que, ao fim de oito ou 12 anos, regressaram à gestão da CDU.
O objetivo, mais amplo, da coligação do PCP com os Verdes e a Intervenção Democrática (ID) tem “três dimensões”.
“A dimensão da construção do resultado eleitoral medido em mais mandatos, a confirmação e reforço de posições de votação mais expressiva, que pode ser ou mais votos ou mais percentagem porque isso decorre da afluência às urnas, e concorrer a todos os órgãos municipais e ao maior número possível de freguesias”, descreveu.
Jorge Cordeiro queixou-se ainda a “forma virulenta” das críticas à gestão das autarquias CDU, com recurso a “perfis falsos” nas redes sociais, que critica, mas enquadra na “disputa eleitoral”, e apontou ao PS e ao Governo pelo “uso do aparelho de Estado ao serviço de uma campanha eleitoral”.
“Em imensos concelhos”, descreveu, é um “carrossel de visitas de ministros e secretários de Estado ao lado de presidentes de câmara do PS e de candidatos do PS”, repetindo promessas, “muitas delas repetidas há quatro, oito, 12 e 16 anos”, dizer que “vai passar lá um comboio, que vai ser lançado uma primeira pedra qualquer”.