Autárquicas: PS disponível para “compromissos de legislatura ou pontuais” em Beja
O PS mostrou-se hoje disponível para “compromissos políticos de legislatura autárquica ou pontuais” na Câmara e na Assembleia Municipal de Beja, órgãos que ganhou, mas sem maioria absoluta, nas eleições autárquicas de domingo.
“Os resultados expressos no dia 26 de setembro obrigam à construção de compromissos políticos de legislatura autárquica ou pontuais, para os quais o PS está disponível”, refere a concelhia de Beja do partido, num comunicado enviado à agência Lusa.
O PS congratula-se com os resultados da sua candidatura no concelho de Beja, onde “pela primeira vez” venceu “duas eleições consecutivas” para a câmara e a assembleia municipal e obteve “a vitória na maioria” (sete) das 12 juntas ou uniões de freguesia.
Apesar de ter conseguido a reeleição de Paulo Arsénio como presidente, com 39,14% dos votos, o PS perdeu a maioria absoluta na Câmara de Beja e vai passar dos atuais quatro para três eleitos.
A CDU, com uma lista liderada por Vítor Picado, atual vereador sem pelouro, obteve 32,84% dos votos e elegeu de novo três dos sete elementos do executivo camarário, mantendo-se como segunda força política.
A coligação PSD/CDS-PP/PPM/IL/A, com 18,53% dos votos, foi a terceira força política mais votada e conseguiu eleger o cabeça de lista Nuno Palma Ferro.
Tal permitiu ao PSD recuperar, à custa do PS, o único lugar que tinha no executivo da Câmara de Beja e havia perdido nas autárquicas em 2009.
Na Assembleia Municipal de Beja, o PS frisa que “aumentou o número de eleitos”, passando dos atuais 15 para 16, “o maior número de sempre” conquistado pelo partido neste órgão, “distanciando-se da principal força política da oposição”, a CDU, que perdeu dois e passou dos atuais 15 para 13.
No entanto, tal como no atual mandato, o PS vai continuar a não ter maioria na Assembleia Municipal de Beja, já que a oposição soma 17 eleitos, distribuídos pela CDU (13) e pela coligação PSD/CDS-PP/PPM/IL/A (quatro).
Para a Assembleia Municipal de Beja, o PS elegeu nove deputados, a CDU oito e a coligação PSD/CDS-PP/PPM/IL/A quatro, mas, devido às inerências de funções dos presidentes das juntas e uniões de freguesia, os socialistas ficam com 16 e os comunistas com 13.
A coligação PSD/CDS-PP/PPM/IL/A mantém os quatro diretamente eleitos para este órgão, já que não conquistou qualquer junta ou união de freguesias.
Em relação às juntas e uniões de freguesias do concelho de Beja, com os resultados de domingo, o PS, que lidera cinco, vai passar a liderar sete, já que perdeu uma, mas ganhou três.
A CDU, que lidera seis, vai passar a liderar cinco, porque, apesar de ter ganhado uma, perdeu duas para o PS.
Na passada segunda-feira, questionado pela Lusa sobre se está disponível para assumir o cargo de vereador com pelouros em troca de apoiar o PS, caso seja convidado para tal por Paulo Arsénio, o vereador eleito na câmara pela coligação PSD/CDS-PP/PPM/IL/A disse que “a questão não tem a ver com pelouros”, mas sim com assegurar a sua isenção “em todos os momentos”.
“Se a minha isenção for assegurada e se a minha capacidade de dizer não for assegurada, contem comigo”, caso contrário, “não contem comigo, é tão simples quanto isto”, vincou Nuno Palma Ferro.
Nas autárquicas de domingo, a candidatura do Chega à Câmara de Beja obteve 5,44% dos votos, ficando em quarto lugar e à frente do Bloco de Esquerda, que obteve 1,69%, sendo que ambas não conseguiram eleger qualquer vereador.