Autoridades identificam agricultores que cortaram estrada junto a Vila Verde de Ficalho
Pelo menos 22 agricultores que participaram no corte da estrada junto da fronteira de Vila Verde de Ficalho, concelho de Serpa (Beja), no início de fevereiro, foram identificados pelas autoridades policiais, revelou hoje um porta-voz dos manifestantes.
Foto: O ATUAL
Um grupo de agricultores de vários concelhos do distrito de Beja cortou, entre a madrugada do dia 01 de fevereiro e a noite do dia seguinte, a Estrada Nacional 260, na zona de Vila Verde de Ficalho, junto à fronteira com Espanha.
Em declarações à agência Lusa, António João Veríssimo, do Movimento Cívico de Agricultores do Baixo Alentejo, indicou que as notificações da GNR e da PSP, presenciais e por carta registada, começaram a chegar há pouco mais de uma semana.
“São os autos que foram levantados aos tratores que estavam no protesto na estrada nacional que liga Vila Verde de Ficalho a Rosal de la Frontera [Espanha] e notificaram os proprietários para prestarem declarações”, adiantou.
António João Veríssimo disse ter conhecimento de que, até agora, “foram notificados 22 agricultores”, estranhando o motivo pelo qual foram estes os notificados quando no protesto “estariam lá à volta de 300 máquinas”.
O agricultor Luís Pôla, um dos que foi notificado, contou à Lusa que recebeu uma carta da GNR dirigida à sua empresa agrícola, como proprietária do trator, para o responsável comparecer no posto de Serpa.
Nas declarações à Lusa, António João Veríssimo, do Movimento Cívico de Agricultores do Baixo Alentejo, lamentou que alguns manifestantes tenham sido identificados, frisando que as autoridades devem ter em contas os motivos dos protestos.
“Tentámos pela via diplomática e todas as vias foram esgotadas, as associações voltaram-nos as costas, o Ministério da Agricultura não nos ouvia e todos diziam que não era possível o pagamento das ajudas em falta”, realçou.
Estes protestos no setor aconteceram em todo o país contra os cortes de ajudas comunitárias que chegaram a ser anunciados pelo Governo e para reclamar o direito à alimentação adequada, condições justas e a valorização da atividade.