O templo religioso de Castro Verde, datado do século XVIII e mandado construir por D. João V em homenagem ao “milagre” da Batalha de Ourique, está classificado, desde 1993, como Imóvel de Interesse Público.

Uma classificação que a DRCA pretende alterar, tendo já sido entregue o pedido de reclassificação na Direção Geral do Património Cultural (DGPC).

“Há muito que consideramos que a Basílica Real de Castro Verde estava subclassificada, dada a sua importância histórica, patrimonial, espiritual e simbólica para o país”, justificou à agência Lusa a diretora regional de Cultura do Alentejo.

Para Ana Paula Amendoeira, a reclassificação da igreja alentejana como monumento nacional virá “com atraso”, pois “já devia ter sido classificado assim há muito tempo”.

A responsável falava à Lusa, após a cerimónia de assinatura do auto de consignação da segunda fase das obras de requalificação da Basílica Real de Castro Verde, avaliada em cerca de 310 mil euros e que prevê a restauração do teto pintado em madeira da nave da igreja.

O projeto resulta de uma parceria entre a Fábrica da Igreja Paroquial da Freguesia de Castro Verde, a câmara municipal e a DRCA, sendo comparticipada em 85% por fundos comunitários, através do programa operacional regional Alentejo 2020.

Os restantes 15% do valor da empreitada, referentes à comparticipação nacional, serão assumidos pela empresa Somincor, que tem a concessão das minas de Neves-Corvo, ao abrigo da Lei do Mecenato.

Em 2019, teve lugar a primeira fase da intervenção, que contemplou a limpeza manual do telhado, arranjo de portas e janelas e pintura total do edifício.

O investimento foi superior a 65 mil euros, comparticipado pela Câmara de Castro Verde, pela União de Freguesias de Castro Verde e Casével e pelo programa BEM – Beneficiação de Equipamentos Municipais, criado pelo Governo.

Também já concluída está a terceira fase das obras, que consistiu na recuperação do coro alto e do nártex, num investimento superior a 50 mil euros.

É este conjunto de intervenções que, segundo a diretora regional de Cultura do Alentejo, sustentam o pedido de reclassificação da Basílica Real de Castro Verde como monumento nacional.

“No estado de conservação em que [a Basílica Real] estava não era avisado estar a propor uma reclassificação”, mas os trabalhos em curso “já nos permitem argumentar a necessidade de reclassificação deste monumento, muito importante para o sul do país”, justificou Ana Paula Amendoeira.

De acordo com a responsável, depois de avaliado pela DGPC, o processo terá de ser aprovado pelo Conselho Nacional de Cultura, seguindo-se a homologação pelo Governo, através do Ministério da Cultura, e a publicação em Diário da República.

“Não me parece ser um processo de grande complexidade, no sentido em que acho que é claro e consensual que este monumento foi mal classificado [em 1993] e que é de inteira justiça classificá-lo como monumento nacional”, observou Ana Paula Amendoeira.

A diretora regional de Cultura explicou ainda que, caso seja reclassificada como monumento nacional, a Basílica Real de Castro Verde poderá vir a ter mais acesso a “fundos europeus” e aos “planos operacionais”.

 

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