O Centro de Arqueologia e Artes da cidade acolhe esta mostra do “trabalho das últimas duas décadas” de Jorge Castanho, “um obscuro artista alentejano”, divulgou a Câmara de Beja, em comunicado.

Segundo o município, o evento ocupa oito salas dos dois andares superiores do centro e, entre as mais de 500 obras artísticas reunidas, encontram-se esculturas digitais, nomeadamente impressas em três dimensões (3D), impressas e montadas em papel ou apresentadas em vídeo.

Desenhos a pastel desenvolvidos como ‘concept art’, esculturas em porcelana e em madeira, instalações e peças de animação, vídeo e textos são outros dos trabalhos expostos, indicou a câmara.

“Grande parte das obras tem origem numa investigação em modelação digital, 3D, iniciada na Universidade de Sevilha [em Espanha] e continuada na Faculdade de Belas-Artes de Lisboa”, referiu a organização.

Quase todos os projetos, realçou, “são focados na condição humana, no confronto e na ausência, na sensação de pertença e de extinção”, enquanto alguns são mesmo “ecossistemas com múltiplos personagens que ensaiam, entre si, histórias”.

Produzida pelo Município de Beja, “Terra” é coordenada por Maria João Macedo e Paulo Monteiro e tem montagem de Tânia Matias.

No decurso da mostra, será apresentado um livro com textos do crítico de arte António Cerveira Pinto e dos poetas António Souto e António Vilhena, entre outros, revelou o município.

Nascido em Beja, em 1961, Jorge Castanho vive e trabalha em Lisboa.

Frequentou a Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa (ESBAL), nos anos 80, foi curador de arte contemporânea no Baixo Alentejo, nos anos 90, onde desenvolveu um programa com artistas nacionais e estrangeiros, com projetos em fábricas abandonadas, edifícios religiosos fora de culto, associações culturais, bibliotecas, minas, paisagens, museus, ruas e praças.

De acordo com a autarquia, o artista doutorou-se em Desenho na Universidade de Sevilha, em 2006, com uma bolsa do Ministério da Cultura, desenvolveu dois programas de pós-doutorado na Universidade de Lisboa, em 2007 e 2010 e em 2010 e 2013, com bolsas da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT).

Jorge Castanho, “através de diferentes linguagens poéticas e tecnológicas, posiciona-se contra o circo comercial, mediático e massivo da arte, que enfraquece o seu nervo fundamental, banalizando-a”, pode ler-se no comunicado.

O artista possui um acervo visitável em Lisboa e “está a criar um projeto de Arte e Natureza no Parque Natural do Vale do Guadiana, com abelhas, plantas e árvores”, tendo plantado, desde 2020, “mais de três mil árvores autóctones”.


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