Beja: Mais de 500 obras do artista Jorge Castanho reunidas em exposição
“Terra” é o título da exposição, com mais de 500 obras do artista alentejano Jorge Castanho, que vai ser inaugurada em Beja, no dia 26 deste mês, podendo ser visitada até 02 de agosto.

O Centro de Arqueologia e Artes da cidade acolhe esta mostra do “trabalho das últimas duas décadas” de Jorge Castanho, “um obscuro artista alentejano”, divulgou a Câmara de Beja, em comunicado.
Segundo o município, o evento ocupa oito salas dos dois andares superiores do centro e, entre as mais de 500 obras artísticas reunidas, encontram-se esculturas digitais, nomeadamente impressas em três dimensões (3D), impressas e montadas em papel ou apresentadas em vídeo.
Desenhos a pastel desenvolvidos como ‘concept art’, esculturas em porcelana e em madeira, instalações e peças de animação, vídeo e textos são outros dos trabalhos expostos, indicou a câmara.
“Grande parte das obras tem origem numa investigação em modelação digital, 3D, iniciada na Universidade de Sevilha [em Espanha] e continuada na Faculdade de Belas-Artes de Lisboa”, referiu a organização.
Quase todos os projetos, realçou, “são focados na condição humana, no confronto e na ausência, na sensação de pertença e de extinção”, enquanto alguns são mesmo “ecossistemas com múltiplos personagens que ensaiam, entre si, histórias”.
Produzida pelo Município de Beja, “Terra” é coordenada por Maria João Macedo e Paulo Monteiro e tem montagem de Tânia Matias.
No decurso da mostra, será apresentado um livro com textos do crítico de arte António Cerveira Pinto e dos poetas António Souto e António Vilhena, entre outros, revelou o município.
Nascido em Beja, em 1961, Jorge Castanho vive e trabalha em Lisboa.
Frequentou a Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa (ESBAL), nos anos 80, foi curador de arte contemporânea no Baixo Alentejo, nos anos 90, onde desenvolveu um programa com artistas nacionais e estrangeiros, com projetos em fábricas abandonadas, edifícios religiosos fora de culto, associações culturais, bibliotecas, minas, paisagens, museus, ruas e praças.
De acordo com a autarquia, o artista doutorou-se em Desenho na Universidade de Sevilha, em 2006, com uma bolsa do Ministério da Cultura, desenvolveu dois programas de pós-doutorado na Universidade de Lisboa, em 2007 e 2010 e em 2010 e 2013, com bolsas da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT).
Jorge Castanho, “através de diferentes linguagens poéticas e tecnológicas, posiciona-se contra o circo comercial, mediático e massivo da arte, que enfraquece o seu nervo fundamental, banalizando-a”, pode ler-se no comunicado.
O artista possui um acervo visitável em Lisboa e “está a criar um projeto de Arte e Natureza no Parque Natural do Vale do Guadiana, com abelhas, plantas e árvores”, tendo plantado, desde 2020, “mais de três mil árvores autóctones”.