Beja pode ter “Cidadela da Misericórdia” em projeto da Santa Casa
A Santa Casa da Misericórdia de Beja está a trabalhar na elaboração do projeto da “Cidadela da Misericórdia”, a instalar nesta cidade alentejana, e que pode receber investimentos nas áreas social e da saúde.
O projeto vai ser instalado numa área com cerca de 13.000 metros quadrados, junto ao Bairro dos Moinhos, em Beja, e “vai ser muito importante para o concelho e para a região”, argumentou à agência Lusa o provedor da Misericórdia de Beja, João Paulo Ramôa.
“Raramente se tem oportunidade de fazer um projeto destes, porque é pensar numa zona muito grande de uma maneira global e não por partes”, acrescentou.
Segundo este responsável, no local apenas irão surgir investimentos ligados “à área social ou à área da saúde”.
“Ou seja, [a ideia] não tem nada a ver com as áreas da habitação ou dos equipamentos”, disse.
João Paulo Ramôa explicou que pretende-se “criar uma área com muitas zonas verdes, sem muros de separação entre as várias valências que forem sendo implantadas, para fazer uma coisa que seja uma boa solução para aquela zona da cidade”.
Nesse sentido, a Misericórdia e a Câmara de Beja assinaram, no final de junho, um protocolo de colaboração que define o “apoio financeiro” a disponibilizar pela autarquia e “acentua o interesse no anteprojeto do espaço ‘Cidadela da Misericórdia’ face ao importante impacto que pode ter na zona da cidade onde se pretende implementar”.
O apoio da Câmara de Beja para fazer projeto “é fundamental”, sublinhou o provedor, que espera ter uma ideia concreta do que se poderá fazer no local “dentro de seis meses”, seguindo-se um período de discussão pública, “que irá além da região”.
Depois de elaborado o projeto, será necessário “encontrar os parceiros” dispostos a investirem no local, “pois a Misericórdia não tem a mínima possibilidade de levar a cabo, sozinha, um projeto destes”, acrescentou.
O provedor referiu igualmente que o projeto da “Cidadela”, que tem “quase a dimensão de um [programa] Polis”, permitirá também à instituição entrar num novo ciclo, mudando para o local grande parte dos seus serviços.
“Faz todo o sentido concentrar ali os nossos serviços, até porque precisamos de ‘libertar’ o edifício onde temos a sede”, no antigo hospital da cidade, “pois estamos a fazer um projeto de reformulação do rés-do-chão para ‘entregá-lo’ à cidade”, concluiu.