Bela Companhia de Teatro apresenta em Baleizão peça que celebra o 25 de Abril
A Bela Companhia de Teatro, projeto intergeracional da Associação Sénior Castrense, apresenta, hoje, pelas 21.00 horas, na Casa do Povo de Baleizão, no concelho de Beja, a reposição do espetáculo “Vinte e Quatro, Vinte e Cinco, Vinte e Seis”.

Foto: Ana Rodrigues
Trata-se de uma peça de Luís de Sttau Monteiro, escrita em 1975 para assinalar o primeiro aniversário da Revolução dos Cravos e originalmente transmitida pela RTP nesse mesmo ano.
Esta peça permanece amplamente desconhecida e nunca foi publicada, ficando esquecida nos arquivos da televisão. Em 2024, a Bela Companhia recuperou este texto, transcrevendo-o e adaptando-o para uma nova leitura contemporânea, tendo realizado um conjunto de atuações nas comemorações dos 50 anos do 25 de Abril.
“Vinte e Quatro, Vinte e Cinco, Vinte e Seis" é uma sátira que tem como eixo o 25 de Abril de 1974. Dividida em três atos, que representam o antes, durante e depois da revolução, a peça conduz o espetador ao “obscurantismo que o país vivia, na sombra da censura e da opressão, ao tempo de esperança e alegria quando a onda da liberdade se espalhou por todo o país
Neste espetáculo, com encenação de Margarida Sequeira Duarte o público é acomodado em bancos distribuídos pelo espaço, permitindo que cada espetador possa viver a experiência de uma perspetiva única, enquanto as cenas se desenrolam ao seu redor.
Elementos cénicos, figurinos e adereços transportam o espetador para os anos 70, recriando fielmente ambientes da época com móveis antigos, rádios, telefones, máquinas de escrever. Ao longo da peça, são projetados excertos da transmissão da RTP de 1975, criando um diálogo direto com o autor e o encenador de então, convidando o público a refletir sobre o espírito de mudança que se vivia nessa época e os ecos dessa revolução no presente, 50 anos depois.
Depois de apresentada em Castro Verde, a peça vai estar, hoje, em Baleizão e no dia 26 em Salvada.
A Bela Companhia de Teatro é um grupo que conta com 35 participantes, dos 12 aos 79 anos. Gente de várias gerações, unida pelo gosto de fazer teatro, no qual se acredita que o diálogo intergeracional contribui para uma comunidade mais coesa.