Câmara de Évora vai demolir bairro degradado para construir 122 novos fogos
Um bairro ‘provisório’ há várias décadas em Évora, onde vivem cerca de 70 famílias, vai ser demolido para dar lugar a um novo, num investimento de 26 milhões de euros, revelou o presidente da câmara municipal.
Em declarações à agência Lusa, o presidente do município, Carlos Pinto de Sá, indicou que a autarquia já aprovou o projeto de arquitetura do loteamento e que vai avançar com o de execução das infraestruturas para, depois, lançar o concurso das obras.
“Vamos fazer todos os esforços para que, durante este ano, o concurso para obras possa ser lançado”, frisou o autarca.
Este é um dos projetos incluídos na Estratégia Local de Habitação (ELH) de Évora, contratualizada com o Governo, que prevê um investimento total de 63 milhões de euros, com financiamento do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
Segundo o presidente do município, o bairro a renovar é o do Escurinho, situado junto a uma das principais entradas da cidade, que está “muito degradado e que era até uma área provisória, que deveria já estar ultrapassada há muitos anos”.
“O Bairro Escurinho tem cerca de 70 famílias a habitar, algumas delas são proprietárias dos lotes, e decidimos avançar, não com uma reabilitação, mas, em termos práticos, com a construção de um novo bairro”, sublinhou.
Assinalando que as atuais habitações “serão todas demolidas”, Pinto de Sá realçou que o novo bairro vai ter 122 fogos “com condições dignas”, o que “vai permitir realojar os atuais moradores que queiram lá continuar e alojar novos”.
Os atuais moradores “serão realojados de forma transitória”, enquanto decorrerem as obras, adiantou, referindo que haverá apoios financeiros ou através da empresa municipal de gestão habitacional Habévora para o realojamento.
De acordo com o autarca, a câmara municipal vai, em breve, apresentar o projeto de reabilitação do Escurinho aos moradores e ouvir as suas opiniões.
A autarquia também já aprovou o projeto de arquitetura do loteamento para a construção de 40 fogos num terreno municipal no Bairro do Moinho, que integra igualmente a ELH de Évora e envolve um investimento de cinco milhões de euros.
Os prazos previstos para este projeto são os mesmos que existem para o do Escurinho, ou seja, o autarca disse esperar que o concurso para esta empreitada possa ser lançado este ano.
Outra das vertentes da ELH que também já mereceu ‘luz verde’ da câmara municipal é a aquisição de até 237 habitações no mercado, por valores que se situam entre 1.400 a 1.500 euros por metro quadrado, operação para a qual estão destinados 20 milhões de euros.
“Vamos lançar um edital a dizer que a câmara está disponível para comprar casas cujos proprietários queiram vender nestas condições ou para parcerias com empresas ou cooperativas que queiram construir habitação e vender à câmara”, referiu.
Neste caso, o autarca mostrou-se pouco otimista com o sucesso da iniciativa, explicando que “o mercado está em alta e a câmara propõe comprar por preços de metro quadrado abaixo do mercado”.
O município está a preparar outros projetos incluídos na ELH para levar a votação em próximas reuniões de câmara, como novos loteamentos municipais e venda de lotes para autoconstrução, entre outros.