Em declarações à agência Lusa, o autarca de Évora, o comunista Carlos Pinto de Sá, indicou que o orçamento municipal para 2025 tem um valor semelhante ao deste ano após a inclusão do saldo de gerência, situando-se em cerca de 104 milhões de euros.

“Há, desde logo, um conjunto de projeto que estava previsto para 2024 e que não avançou”, referiu o responsável, ao ser questionado sobre os motivos pelos quais o valor do orçamento municipal se manteve em relação ao deste ano.

Segundo Pinto de Sá, alguns dos projetos que ficaram na ‘gaveta’ e que transitam para 2025 são as infraestruturas do novo hospital, cinco novas extensões de saúde e intervenções do Plano Local de Habitação (PLH), todos por atrasos nos financiamentos.

“Houve um conjunto significativo de obras, em particular de investimentos, que foi transferido [para 2025] e o orçamento reflete um pouco essa situação”, mas o documento também abarca novos projetos, sublinhou.

O Orçamento e as Grandes Opções do Plano já foram aprovados, por maioria, na câmara, com os votos a favor dos dois eleitos da CDU, a abstenção dos dois vereadores do PS e de um do Movimento Cuidar de Évora e o voto contra dos dois elementos do PSD.

Nas declarações à Lusa, o presidente do município revelou que o orçamento inclui um valor mínimo de cinco milhões de euros para os acessos e redes de água e saneamento do novo Hospital Central do Alentejo, em construção na periferia da cidade.

“Estamos a falar de concursos públicos internacionais, que levam muito tempo e não é possível garantir a obra num ano apenas”, ressalvou, explicando que a restante verba do total de cerca de 14 milhões de euros será distribuída pelos anos seguintes.

Pinto de Sá manifestou-se preocupado com os atrasos nos financiamentos necessários para a obra, lembrando que o processo de expropriações dos terrenos para os acessos rodoviários ao hospital “ainda não está resolvido”.

Assinalando que a habitação é outra das áreas que envolve mais investimento, o autarca disse que a empresa municipal Habévora tem em execução sete milhões de euros e a câmara vai avançar com um Centro de Apoio Temporário, num investimento de 1,7 milhões de euros.

“E também se espera um conjunto de requalificações de casas da Habévora e apoios que a câmara dá aos privados” para obras nas suas habitações, existindo para esse fim “um valor indicativo de dois milhões de euros”, que depende do financiamento, salientou.

A higiene e limpeza pública e a requalificação das redes de abastecimento de água e saneamento e de estradas municipais, cujo investimento em cada um dos casos pode atingir os dois milhões de euros, são outras das apostas para o próximo ano.

Na área da educação, o presidente do município destacou o investimento de 3,5 milhões de euros para as obras de requalificação da Escola Conde Vilalva, prevendo o lançamento do concurso para a empreitada em 2025.

Em relação aos impostos municipais, frisou, o executivo municipal decidiu aprovar o aumento da participação no Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (IRS) de 3,5% para 4%, destinando-se uma parte da receita a apoiar o setor social.

Já o valor do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) passa de 0,38% para 0,37% para prédios urbanos, enquanto a derrama mantém a isenção para empresas com negócios até 150 mil euros e uma taxa de 1,25% para as restantes.

O Orçamento e as Grandes Opções do Plano deverão ser discutidos e votados na reunião da assembleia municipal prevista para o dia 20 deste mês.

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