Foto: C.M.Serpa

Em declarações à agência Lusa, João Efigénio Palma, presidente deste município do distrito de Beja realça que, na sequência da classificação como Património Cultural Imaterial da Humanidade, há 10 anos, a autarquia ficou “responsável pela manutenção do cante”.

“Temos feito, através do Museu do Cante, que antes era a Casa do Cante, um trabalho de acompanhamento permanente de todos os grupos, não só dos grupos do concelho, mas de todos os grupos existentes a nível nacional e não só”, indica.

Segundo o autarca, a equipa do museu, além de assegurar o funcionamento do espaço, acompanhamento de visitantes e organização de eventos, mantém “um contacto permanente” com os grupos “para estar a par da situação e dos problemas que têm”.

“Há um trabalho permanente de contacto, também de apoio, de diálogo, para os grupos também sentirem que têm, por parte da Câmara de Serpa, algum respaldo naquilo que é a vida deles no dia-a-dia”, salienta.

No concelho de Serpa, os espaços dedicados a esta expressão cultural não se limitam ao Museu do Cante Alentejano. A este, acaba de juntar-se a ‘nova’ Taberna dos Camponeses, na vila de Pias, cuja renovação beneficiou de apoio comunitário.

O espaço, explica o autarca, pertencia ao Grupo Coral e Etnográfico Os Camponeses de Pias e foi adquirido pela câmara, que candidatou o projeto de renovação, num valor de 170 mil euros, ao anterior programa Alentejo 2020.

A taberna, a ceder ao grupo através de protocolo, “foi preparada para que não seja só local de ensaio”, mas um espaço “de convívio e onde as pessoas que visitam o concelho possam, ao mesmo tempo, desfrutar de um petisco”, esclarece.

Para Vila Nova de São Bento, de acordo com o presidente do município, está pensado um espaço idêntico, com se vai chamar Casão do Cante, também com financiamento europeu, para ser sede e local de ensaios dos três grupos corais desta povoação.

“Também vai ter espaços para o convívio e para as pessoas poderem, não só assistir aos ensaios, mas também conhecerem a história e a evolução dos grupos e onde eles vão ter expostos os trajes”, revela.

Dez anos após a classificação do cante alentejano pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), o autarca alentejano considera que “valeu a pena”.

“Continuamos a acreditar que foi um grande passo. Foi um passo bem dado e, por aí, vê-se a dinâmica que o cante tem atualmente”, assinala, destacando que há novos artistas na região que começaram no cante e, agora, estão a lançar-se no mundo da música.

Com a distinção da UNESCO, segundo João Efigénio Palma, esta expressão “ganhou mais visibilidade e começou a despertar interesse nas pessoas que não conheciam tão bem o cante”, pois, até então, “era algo muito só dos alentejanos”.

“Os alentejanos sentiam, viviam, cantavam quando estavam juntos no petisco, mas era pouco mais do que isso. A classificação deu-lhe esta dimensão universal, tanto de conhecimento como de dinamização de grupos que existem”, argumenta.

O cante alentejano foi classificado, em 27 de novembro de 2014, como Património Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO, na sequência de uma candidatura apresentada pela Câmara de Serpa e pela Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo.

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