CAP lamenta cortes nos pagamentos e acusa Governo de incompetência
A Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) lamentou os cortes nos pagamentos aos agricultores, no âmbito do Plano Estratégico da Política Agrícola Comum (PEPAC), acusando o Ministério da Agricultura de incompetência devido a erros de programação. A CAP prepara-se para denunciar o caso a Bruxelas.
“Como consequência de erros de programação evitáveis, em virtude de metas incorretamente definidas relativas à área a beneficiar pelos apoios previstos para os ecorregimes de agricultura biológica e de produção integrada, que foi mensalmente inferior à procura, verificou-se uma redução nos pagamentos aos agricultores em 35% e 25%, respetivamente”, apontou, em comunicado, a CAP.
A confederação lembrou que o PEPAC é extenso e complexo, sublinhando que será difícil gerir a pasta da Agricultura “sem um conhecimento profundo” dos mecanismos da PAC.
Para a CAP, houve “muita incompetência”, ao longo dos últimos anos, na gestão desta pasta, “que perdeu peso político” devido à desarticulação dos serviços, perda de quadros do Ministério da Agricultura e do desconhecimento da PAC.
Os agricultores notaram ainda ter chamado à atenção para “diversos erros de programação constantes” no PEPAC, cuja fatura está agora a ser paga.
O setor exige assim que o Governo assuma as suas responsabilidades e que apresente soluções.
Citado na mesma nota, o presidente da CAP, Álvaro Mendonça e Moura, afirmou ser “incompreensível e inaceitável” esta redução, que referiu ser resultado de uma “teimosia do Governo” em não ouvir quem tem experiência nestas matérias.
“Os agricultores estão a ser prejudicados por uma ineficiente gestão das verbas da Política Agrícola Comum. Assistimos, infelizmente, a um falhanço governativo em toda a linha, que gera desconfiança e cujos resultados são, objetivamente, prejudiciais para os agricultores”, acrescentou.
Álvaro Mendonça e Moura adiantou ainda que irá denunciar “este desnorte absoluto” ao Comissário Europeu da Agricultura, Janusz Wojciechowski.
A Lusa contactou o Ministério da Agricultura, mas não obteve resposta.