Foto: Justino Engana

Este é um projeto de combate às alterações climáticas que vai ser desenvolvido em oito concelhos do distrito de Beja, nomeadamente em Aljustrel, Alvito, Beja, Cuba, Ferreira do Alentejo, Moura, Serpa e Vidigueira, todos eles abrangidos pelo Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva.

A iniciativa representa um investimento na ordem dos 200 mil euros e é comparticipada em 85% pelo programa EEA Grants, através do qual Islândia, Liechtenstein e Noruega apoiam financeiramente os Estados membros da União Europeia com maiores desvios da média europeia do PIB 'per capita', onde se inclui Portugal.

Os restantes 15% relativos à comparticipação nacional serão assumidos pela EDIA.

Entre as medidas previstas estão, a recuperação e instalação de sebes, “de forma a proporcionar diversidade florística e faunística nos ecossistemas”, assim como “envolver municípios e proprietários” numa “correta gestão, de forma a garantir a conservação de espécies ameaçadas de flora arvense e de matos”.

Envolver os proprietários “na gestão do pousio de forma a garantir a conservação da espécie”, restaurar e conservar os charcos para manter diversas espécies e restaurar as galerias ripícolas e áreas adjacentes, “com plantação plantas de espécies diferentes”, são as outras ações previstas no projeto.

Na apresentação, que contou com a presença da ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, Pedro do Carmo, presidente da Comissão Parlamentar de Agricultura e Mar, reconheceu a importância deste projeto, afirmando que “as alterações climáticas já não são discutíveis, são uma realidade”. O deputado, reconhece ainda, “que com a construção de Alqueva muita coisa mudou na forma de fazer agricultura na região, mas não mudou uma realidade, que importa preservar, que é a existência de um sistema agro-silvo-pastoril que assegura uma ligação única entre o homem e o mundo rural, num total respeito pela biodiversidade, que é o Montado. 

Na ausência da ministra da Agricultura, para responder às perguntas dos jornalistas na fase final da apresentação como previsto, acabaram por ser o presidente da EDIA e o Diretor Regional de Agricultura do Alentejo, a responder à pergunta do “Atual” sobre a necessidade de reforçar, por parte dos Ministérios da Agricultura e do Ambiente, a fiscalização para o cumprimento daquilo que se entende por “boas práticas” na agricultura.

José Pedro Salema, da EDIA, acabou por reconhecer que a entidade a que preside tem algumas competências de fiscalização, que as exerce, identificando e reportando às entidades competentes essas mesmas situações, muitas delas em áreas onde este projeto pretende intervir, mas não tem depois o poder de “passar a multa”.

José Godinho Calado, Diretor Regional de Agricultura do Alentejo, que começou a sua resposta por afirmar “ que é no sequeiro que está o equilíbrio da região Alentejo, quer em termos ambientais, sociais e económicos. Reportando-se às práticas agrícolas em áreas de culturas intensivas, referiu que existem “coisas muito boas, assim assim, e más”, quer na movimentação excessiva de solos, que levam muitas vezes à erosão desses mesmos solos, quer no uso de fitofármacos, quer no desrespeito pelo património arqueológico, que todos temos o dever de preservar.

O projeto “Viver o Clima no Baixo Alentejo” representa um investimento na ordem dos 200 mil euros, comparticipados em 85% pelo programa EEA Grants, sendo os restantes 15% relativos à comparticipação nacional assumidos pela EDIA.

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