CNA avança com protestos regionais pela melhoria dos rendimentos dos agricultores
A Confederação nacional da Agricultura (CNA) decidiu avançar, mesmo num contexto de um Governo em gestão e eleições legislativas, com um conjunto de iniciativas regionais de protesto, sob a forma de reuniões, concentrações, marchas lentas e manifestações, com vista à construção de caderno de reclamações, com medidas concretas que um novo Governo possa implementar. Esta é a resposta da CNA aos cortes conhecidos na semana passada nas ajudas da PAC aos agricultores.
Tal como a CNA já tinha referido “estes cortes, os agora conhecidos que acumulam com outros já previstos, são fruto de más opções do Ministério da Agricultura na programação do PEPAC, não são um problema de metas ou indicadores, não acontecem por acaso nem por incompetência, mas sim por uma opção deliberada inúmeras vezes contestada pela CNA.” Para a CNA, são cortes “filhos da Reforma da PAC aprovada na União Europeia, ao serviço dos grandes interesses do agronegócio.”
Afirma a CNA que “os atuais protestos dos agricultores que ecoam por toda a Europa têm contextos e realidades diferentes, mas em todos eles existe um ponto comum: o rendimento dos agricultores, o dinheiro que no final da campanha fica para os agricultores poderem sobreviver.” Ainda de acordo com a CNA “a realidade é só uma, mesmo contabilizando as ajudas, a asfixia financeira da grande maioria dos agricultores, principalmente os pequenos e médios, é permanente e brutal, agravada pela “ditadura” da grande distribuição e pelos apoios que os Governos lhe dedicam.”
Segundo a CNA estamos perante “um mercado em que os agricultores são subjugados ao “quero, posso e mando” da grande distribuição que paga a preços miseráveis e um sistema de ajudas injusto e cada vez mais complexo põem em causa milhares de explorações, não só em Portugal, mas em toda a Europa.”
A CNA acrescenta ainda que “os agricultores, há muito descapitalizados, estão fartos, e os cortes nas ajudas agora concretizados são a gota de água que faz transbordar o copo” e recorda que “desde sempre contestou esta política agrícola e que tanto tem lutado pela valorização da agricultura e dos agricultores, não pode deixar de acompanhar a insatisfação e revolta que hoje existe nos campos.”