Covid-19: Projeto “Gulbenkian onde é preciso” concluído com 100 mil vacinas administradas
O projeto “Gulbenkian onde é preciso” que entre março e setembro fez com que 50 viaturas ligeiras e carrinhas levassem a vacinação às populações mais vulneráveis foi concluído com 100 mil vacinas administradas, segundo a Fundação.
Em comunicado, a Gulbenkian precisa que as 50 unidades móveis disponibilizadas pelo Ministério da Saúde, como forma de apoiar o Plano de Vacinação contra a covid-19, voltaram à Fundação depois de percorridos 124.938 mil quilómetros e administradas 102.488 vacinas.
Segundo o balanço da Fundação, a vacinação abrangeu 12,5% de pessoas que reúnem as condições de acamados, 87,3% de população em geral e 0,2% de população em prisões.
“Em suma, foram vacinados mais de 50 mil cidadãos, entre os quais pelo menos seis mil acamados e vulneráveis de elevado risco para desenvolver a doença covid-19 e morte”, refere.
Durante este período, foram realizadas ações de vacinação em 172 dias nas cinco Administrações Regionais de Saúde (ARS), que por sua vez envolveram 30 Agrupamentos de Centros de Saúde que cobrem 5.903.314 utentes.
Estiveram envolvidos 3.012 profissionais de saúde, entre os quais 946 médicos, 1.711 enfermeiros e 355 assistentes operacionais.
O objetivo era levar a vacina, no mais curto espaço de tempo, às populações mais vulneráveis, limitadas na sua capacidade de deslocação e com menor acesso às unidades de saúde.
“Estima-se que a iniciativa ‘Gulbenkian onde é preciso’ possa ter contribuído para evitar 1.406 mortes e 2.124 internamentos relacionados com covid-19”, salienta a Fundação.
A presidente da Fundação, Isabel Mota, citada na nota, destacou que a vocação da Gulbenkian tem sido, desde o seu início, a de estar próxima dos mais vulneráveis.
“Depois de, no início da pandemia, em 2020, termos lançado um Fundo de Emergência de cinco milhões de euros, tentámos com esta iniciativa ‘Gulbenkian onde é preciso’ ajudar as autoridades de saúde e a ‘Task Force’ a chegar àqueles que têm mais dificuldade em aceder aos circuitos normais de vacinação. Porque para vencermos o desafio da pandemia de covid-19, todos temos um papel a desempenhar”, disse Isabel Mota.
Esta parceria com o Ministério da Saúde permitiu à Fundação Calouste Gulbenkian dar continuidade ao seu legado na área da vacinação, segundo a nota.
No comunicado, é recordado que, já em 1965, a Fundação financiava o primeiro plano de vacinação realizado a nível nacional, adquirindo vacinas contra a poliomielite, a difteria, o tétano e a tosse convulsa e permitindo vacinar, a título de exemplo, três milhões de crianças contra a poliomielite nesse mesmo ano.
“Em resultado desse plano, Portugal tornou-se num dos primeiros países a erradicar a poliomielite”, é destacado.