COVID: Moura prevê fazer 600 testes para identificar possíveis cadeias de transmissão
Cerca de 600 testes à covid-19 deverão ser feitos, entre hoje e quinta-feira, em Moura, para identificar possíveis cadeias de transmissão do novo coronavírus no concelho, revelou o coordenador da proteção civil municipal.
Em declarações à agência Lusa, o responsável previu a realização de 200 testes por dia, num total de 600 nos três dias da operação, indicando que “qualquer pessoa do concelho pode inscrever-se” para fazer o diagnóstico.
“O objetivo é identificar possíveis cadeias de transmissão que possam não estar identificadas”, uma vez que “todos os casos” ativos no concelho “são de cadeias de transmissão conhecidas e isoladas”, frisou.
Segundo o coordenador do Serviço Municipal de Proteção Civil de Moura, Diogo Saraiva, o concelho tinha, no domingo, 30 casos ativos de covid-19.
Esta “testagem em larga escala” ao novo coronavírus SARS-CoV-2 que provoca a doença da covid-19 foi divulgada, em comunicado, pela Câmara de Moura, que promove a sua realização em parceria com a Cruz Vermelha Portuguesa (CVP).
De acordo com o município, trata-se de “uma testagem voluntária” e dirigida aos habitantes no concelho, que, para participarem, devem inscrever-se na plataforma digital da CVP em testescovidcvp.pt.
A testagem vai decorrer, entre hoje e quinta-feira, no pavilhão desportivo da Escola Secundária de Moura.
O boletim epidemiológico de sexta-feira da Direção-Geral de Saúde mostra que Moura integrava o grupo de concelhos que estavam acima do limiar de risco de incidência da covid-19, registando um acumulado, nos últimos 14 dias, de mais de 459 casos por cada 100 mil habitantes.
Na semana passada, em declarações à Lusa, o autarca de Moura considerou “injusta” para os municípios mais pequenos a fórmula de cálculo da taxa de incidência de covid-19 que determina quais os concelhos que avançam para a próxima fase de desconfinamento.
O presidente do município, Álvaro Azedo mostrou-se então confiante de que as autoridades nacionais irão ter em consideração o problema dos municípios com uma densidade populacional mais reduzida, para os quais “a fórmula de cálculo não é favorável”.
“No período de 17 a 30 de março, fruto destas situações todas, tivemos 65 novos casos, o que nos deu uma incidência de 473 [474 casos por 100 mil habitantes de acordo com os dados oficiais]. Mas, também foi nesse período que tivemos 47 pessoas recuperadas e isto não conta para a fórmula de cálculo. Isto prejudica os municípios mais pequenos, com menos população”, afirmou na altura.