“Não estamos com tantas restrições como estávamos no ano passado, mas as expectativas favoráveis que criámos para este ano estão a ser um bocado defraudadas”, devido ao agravamento da situação da pandemia de covid-19, afirmou à agência Lusa João Rosa, presidente da Associação do Comércio, Serviços e Turismo do Distrito de Beja (ACSTDB).

Segundo o responsável, o país estava “no bom caminho, num caminho mais simpático para todos, na saúde das pessoas sobretudo, mas também nas vendas”, mas “as coisas têm-se agravado nos últimos tempos”, com o aumento do número de infetados pelo vírus que provoca a doença covid-19.

Por isso, lamentou, “as expectativas favoráveis que existiam [para esta época de Natal] já não existem, neste momento”.

“O futuro próximo não é nada promissor e vamos ter uns meses com mais dificuldades, quer para o pequeno comércio, quer para a hotelaria, particularmente a restauração”, perspetivou.

O pequeno comércio “tem vindo a ser muito atingido e muito penalizado pela concorrência das grandes superfícies e dos centros comerciais”, com os quais “não consegue competir” porque “há uma tendência natural” das pessoas em os procurar.

A pandemia, “naturalmente, veio agravar ainda mais a situação” do pequeno comércio, frisou.

Ao nível da restauração, contou, reservas dos tradicionais jantares de Natal de empresas e amigos já estavam a deixar os empresários do setor “com alguma satisfação”, mas “algumas têm vindo sucessivamente a ser canceladas”.

“A restauração tem vindo, nos últimos dias, a sofrer muitos cancelamentos de jantares de Natal” e, por isso, “a situação não está nada favorável”, lamentou.

João Rosa disse que os comerciantes “não têm notado reflexos favoráveis” de campanhas para incentivar compras no comércio local durante a época de Natal, promovidas por vários municípios do distrito.

“Não tem sido uma coisa que a associação ou que os comerciantes tenham notado. Não temos nenhum ‘feedback’ dos nossos sócios a dizer” que viram “resultados de algumas [dessas] iniciativas”, afirmou.

Segundo o responsável, “as câmaras também têm poucas verbas para fazerem, provavelmente, mais do que aquilo que têm feito e isto só é muito pouco para ter reflexos favoráveis nos comerciantes”.

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