Cronologia de uma pandemia - O ano que mudou as nossas vidas
Um ano após o início da pandemia de covid-19 em Portugal, o país aproxima-se de um milhão de infetados e regista mais de 16.000 mortes.
Num ano de confinamentos e desconfinamentos Portugal sofreu
três vagas de covid-19, a pior em janeiro deste ano, e habitou-se à nova
realidade. Em 2020 foi preciso chegar a 10 de abril para haver um acumulado de
435 mortes e 15.472 infeções. Em janeiro chegaram a ser quase esses os números
diários.
São os seguintes, cronologicamente, os principais
momentos da pandemia em Portugal:
02 mar - A ministra da Saúde anuncia os dois
primeiros casos de pessoas infetadas com o novo coronavírus. Os funcionários
públicos são colocados em teletrabalho ou isolamento profilático sem perda de
salário.
05 mar - A TAP anuncia que vai cancelar mais de
mil voos em março e abril. É a queda a pique de viagens de avião em todo o
mundo.
09 mar - São anunciados em catadupa adiamentos e
cancelamentos de iniciativas diversas, são encerrados ou condicionados os
acessos a alguns serviços públicos e condicionadas visitas a hospitais, e
escolas de norte a sul suspendem as aulas presenciais, incluindo universidades.
No Algarve são canceladas 60% das reservas dos
hotéis, o início da maior queda no turismo e restauração alguma vez sentida.
O ministro da Administração Interna anuncia a
suspensão de todos os voos com destino ou origem nas zonas mais afetadas pela
covid-19 em Itália e recomenda a suspensão de eventos em espaços abertos com
mais de 5.000 pessoas ou em espaços fechados com mais de mil.
11 mar - O número de infeções em Portugal passa
para 59, quando a Organização Mundial de Saúde declara a doença covid-19 como
pandemia.
12 mar - O Governo decide que as escolas de todos
os graus de ensino suspendem as atividades presenciais. É anunciado o
encerramento de discotecas, redução da lotação na restauração e limitação de pessoas
em centros comerciais. É o início da crise no setor da restauração e diversão
noturna.
13 mar - O Presidente da República promulga o
diploma do Governo com medidas extraordinárias.
A Conferência Episcopal Portuguesa suspende as
missas, catequeses e outros atos de culto.
15 mar - Marcelo Rebelo de Sousa convoca o
Conselho de Estado para discutir a eventual decisão de decretar o estado de
emergência.
16 mar - O número de infetados sobe para 331, no
dia em que é anunciada pela ministra da Saúde a primeira morte no país, um
homem de 80 anos que tinha várias patologias associadas.
18 mar – A região do Alentejo registou os primeiros casos de infeção por
coronavírus (2).
O Presidente da República decreta o estado de emergência por
15 dias, que contempla o confinamento obrigatório e restrições à circulação na
via pública.
19 mar - O Conselho de Ministros (CM) decide
que os estabelecimentos com atendimento público devem encerrar e o teletrabalho
é generalizado.
21 mar - Com o país em casa surgem as primeiras
notícias de infeções em lares. As infeções e mortes em lares serão uma
constante a partir de então.
02 abr - A Assembleia da República aprova a
proposta do Presidente da República, da véspera, que prolonga o estado de
emergência até ao final do dia 17 de abril.
Entre as novas medidas está a proibição de
deslocações para fora do concelho de residência no período da Páscoa, e o
encerramento de todos os aeroportos no mesmo período a voos de passageiros.
O Governo anuncia também que vai propor um perdão
parcial de penas para crimes menos graves, e agilização de indultos
presidenciais, para evitar propagação do vírus nas cadeias. Serão libertados
até fins e abril 1.867 reclusos.
09 abr - O primeiro ministro anuncia que até ao
9.º ano todo o terceiro período prosseguirá com ensino à distância, mantendo-se
os apoios às famílias com filhos menores de 12 anos. As aulas na RTP Memória
começam a 20 de abril.
16 abr - Marcelo Rebelo de Sousa propõe ao
parlamento a segunda prorrogação do estado de emergência, para vigorar até 02
de maio. O parlamento aprova o decreto.
20 abr - O
Alentejo registou a primeira morte de uma pessoa infetada com o novo
coronavírus responsável pela covid-19, um idoso de 87 anos que estava internado
em Beja.
25 abr - Um parlamento mais reduzido em termos de
deputados e convidados faz um minuto de silêncio pelas vítimas da covid-19, nas
comemorações do 25 de Abril.
Marcelo Rebelo de Sousa diz no hemiciclo que o 25
de Abril "é essencial e tinha de ser evocado", e António Costa afirma
que o estado de emergência não suspende a democracia.
30 abr - O Governo aprova em CM um plano de
transição do estado de emergência para uma situação de calamidade.
Serviços culturais começam a abrir, mas continua o
teletrabalho, os transportes públicos circulam com menos pessoas e as máscaras
são obrigatórias, ajuntamentos e mais de 10 pessoas são proibidos e abrem com
condições serviços públicos, tudo a partir de dia 04 de maio.
No calendário de desconfinamento fica para 18 de
maio a abertura de restaurantes e cafés e início das aulas presenciais no 11.º
e 12.º ano. As creches podem começar a abrir nessa data.
02 mai - Termina o terceiro período do estado de
emergência, que começou a 18 de abril e começa no dia seguinte a situação de
calamidade.
07 mai - O Governo anuncia a proibição de
festivais de música e eventos análogos até setembro.
13 mai - As tradicionais celebrações católicas em
Fátima decorrem "à porta fechada".
15 mai - O Governo prolonga a situação de
calamidade até final do mês. Decide também regras de distanciamento para as
praias a partir de 06 de junho.
Uso de máscaras nas escolas e transportes públicos
é obrigatório a partir dos 10 anos.
16 mai - Portugal regista 1.203 mortes e 28.810
infeções.
Ao contrário do que pedia em março o
primeiro-ministro solicita que os portugueses regressem às ruas, frequentando
lojas, restaurantes e cafés, embora com cautelas.
29 mai - O Governo aprova a terceira fase do plano
de desconfinamento, com restrições e regras especiais para a área de Lisboa,
devido ao aumento de casos de covid-19.
Aprova também o prolongamento da situação de
calamidade até 14 de junho, o fim do dever cívico de recolhimento a partir de
01 de junho, os julgamentos presenciais a partir de 03 de junho, e a utilização
da capacidade normal dos restaurantes, desde que assegurem distancia e usem
acrílico entre clientes.
03 jun - António Costa diz no parlamento que os
custos económicos e sociais provocados pela covid-19 "são absolutamente
brutais” e que todos os indicadores apontam para uma queda "recorde"
do Produto Interno Bruto (PIB) e uma subida "exponencial" do desemprego.
Os números e estimativas sobre a queda económica
surgem quase diariamente, incluindo o PIB, a dívida pública ou o défice, mas
também números das áreas da produção, das vendas, da hotelaria e restauração.
Em todos os casos o cenário é muito negativo.
Recomeça a I Liga de Futebol, à porta fechada, com
um jogo entre o Portimonense e o Gil Vicente.
04 jun - É aprovado pelo Governo o Programa de
Estabilização Económica e Social (PEES) bem como medidas e apoio social e a
contratação de mais profissionais de saúde.
09 jun - É aprovado o Orçamento Suplementar para
2020, que é entrega no mesmo dia no parlamento. A proposta reforça o orçamento
do SNS e contempla um apoio à TAP.
10 jun - O Dia de Portugal é assinalado no
Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, com apenas dois oradores e seis convidados.
Marcelo Rebelo de Sousa diz que é tempo de Portugal acordar para a nova
realidade e fazer as mudanças que se impõem.
15 jun - Terminam restrições especiais impostas na
Área Metropolitana de Lisboa (AML) no âmbito da terceira fase de
desconfinamento.
18 jun - O Governo aprova o prolongamento do
'lay-off' simplificado até final de julho e novos apoios às empresas até ao
final do ano.
Identificado um primeiro caso de infeção no Lar de
Reguengos de Monsaraz, no Alentejo, um surto que vai causar grande polémica.
01 jul - Portugal passa a situação de alerta,
exceto a AML, que permanece em estado de contingência. Dentro da AML, 19
freguesias de cinco concelhos permanecem em estado de calamidade, devido aos
números elevados de infeções.
15 jul - A situação de calamidade é renovada
em 19 freguesias da área metropolitana de Lisboa por mais 15 dias, assim como
as de contingência na AML e de alerta no resto do país.
O primeiro-ministro diz que o país não aguenta um
segundo confinamento.
Desde o início da pandemia registam-se 47.426
casos de infeção confirmados e 1.676 mortes.
30 jul - O Governo anuncia que as 19
freguesias da AML em situação de calamidade vão passar à situação de
contingência. O CM aprova que bares e discotecas possam funcionar com as regras
aplicadas a cafés e pastelarias.
O Governo autoriza também a retoma das modalidades
desportivas de pavilhão, mas sem público.
03 ago - Portugal regista o primeiro dia sem
vítimas mortais por covid-19 desde o início da pandemia.
12 ago - Arranca a fase final da Liga dos
Campeões, disputada em Lisboa, sem público.
27 ago - O Governo anuncia que todo o território
continental passa a situação de contingência a partir de 15 de setembro devido
ao regresso às aulas e ao trabalho presencial.
04 set 2020 - Arranca a Festa do Avante, com a
lotação máxima do recinto reduzida a um terço e depois de vários dias de
polémica sobre a sua realização.
09 set - Portugal regista o maior número de
contágios diários desde 20 de abril, com 646 novos casos. As autoridades de
saúde justificam números com aumento da mobilidade.
10 set – CM aprova medidas a aplicar na situação
de contingência, em que Portugal continental entra em 15 de setembro.
Ajuntamentos e horários do comércio com limitações. Os recintos desportivos
continuam sem público.
14 set - O ano letivo no ensino básico e
secundário arranca com o regresso das aulas presenciais e obrigatoriedade de
uso de máscara nas escolas e regras específicas de circulação e uso dos espaços.
15 set - Portugal continental entra em situação de
contingência até 30 de setembro.
18 set - O primeiro-ministro convoca o gabinete de
crise para reunião de urgência face ao aumento contínuo de novos casos diários.
Arranca a I Liga de Futebol, sem público nos
estádios.
21 set - A DGS anuncia que passará a ser
recomendado o uso de máscaras em espaços públicos movimentados.
24 set - O CM prolonga a situação de contingência
em Portugal continental até 14 de outubro devido ao aumento de casos.
25 set - A Direção-Geral do Orçamento revela que a
pandemia custou até ao final de agosto 2.521,7 milhões de euros ao Estado.
10 out - Nos números da pandemia atinge-se o
número máximo de infeções diárias alguma vez registado, 1.646 novos casos.
13 out - A Federação Portuguesa de Futebol
revela que o capitão da seleção portuguesa, Cristiano Ronaldo, testou positivo.
Casos de jogadores de futebol, ou outros desportistas, infetados tornam-se
habituais.
14 out - Portugal passa da situação de
contingência para situação de calamidade, anuncia o primeiro-ministro em dia de
reunião do Governo, justificando com a gravidade da evolução da pandemia.
São proibidos ajuntamentos de mais de cinco
pessoas na via pública, e eventos familiares (como casamentos) não podem ter
mais de 50 pessoas. Ficam também proibidos os festejos académicos.
António Costa anuncia que o Governo vai apresentar
ao parlamento uma proposta para que seja obrigatório o uso de máscara na via
pública e a utilização da aplicação 'stayaway' covid. A questão da
obrigatoriedade da utilização da aplicação levanta polémica e o Governo retira
a proposta.
22 out - Bate-se novo recorde de casos,
3.270. Os internamentos hospitalares também atingem em 24 horas os valores
máximos registados desde março, num total de 1.365.
Em CM o Governo proíbe a circulação entre
concelhos no continente no fim de semana do Dia de Finados. E decreta que os
concelhos de Felgueiras, Lousada e Paços de Ferreira, devido ao aumento de
casos, tenham em vigor o dever de permanência no domicílio a partir do dia
seguinte.
28 out - Passa a ser obrigatório o uso de
máscaras e espaços públicos.
31 out - O Governo reúne-se durante todo o
dia para avaliar a situação e anuncia o confinamento parcial em concelhos com
mais de 240 casos por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias. São abrangidos
121 municípios.
02 nov - O primeiro-ministro propõe ao
Presidente da República um estado de emergência de "natureza
preventiva", mais limitado do que os anteriores, mas mais longo.
05 nov - O Presidente da República propõe ao
parlamento a declaração do estado de emergência em Portugal entre 09 e 23 de
novembro, o qual permite restrições à liberdade de deslocação e recurso ao
setor privado da saúde. O projeto permite também impor controlos de temperatura
corporal e testes de diagnóstico do vírus.
07 nov - Portugal atinge um novo máximo de casos
diários de covid-19 ao contabilizar mais 6.640 infeções nas últimas 24 horas.
Foram registados 56 óbitos o que totaliza 2.848 desde o início da pandemia.
08 nov - O Governo aprova em CM
extraordinário a possibilidade de exigir testes rápidos à covid-19 em
estabelecimentos de saúde, lares, escolas, prisões e nas chegadas a Portugal
por via aérea ou marítima. O primeiro ministro diz que dois terços dos
contágios acontecem em contexto familiar e que as escolas representam 03% dos
contágios.
09 nov - Decretado a partir deste dia o
recolher obrigatório entre as 23:00 e as 05:00 nos 121 municípios mais
afetados. No fim de semana o recolher obrigatório nesses concelhos é a partir
das 13:00.
12 nov - O primeiro-ministro anuncia o
encerramento do comércio e restauração às 13:00 nos dois fins de semana
seguintes e explica que a abertura dos estabelecimentos só pode ocorrer a
partir das 08:00. "A regra é tudo fechado", disse.
13 nov - A ministra da Saúde diz que dos
3.250 mortos por covid-19 desde o início da pandemia 1.090 estavam em lares de
idosos.
17 nov - Entra em vigor nos Açores a
obrigatoriedade do uso de máscara em espaços e vias públicas por pessoas com
mais de 10 anos.
A Assembleia da República adota novas medidas de
funcionamento com apenas um quinto dos deputados presencialmente nos plenários.
19 nov - O Presidente da República propõe ao
parlamento renovar a declaração do estado de emergência em Portugal, de 24 de
novembro até 08 de dezembro. O projeto permite o confinamento compulsivo de
pessoas infetadas ou em vigilância ativa, assim como o encerramento total ou
parcial de estabelecimentos, serviços e empresas. Permite também medidas restritivas
por grupos de municípios, incluindo a proibição da circulação em determinados
períodos ou dias da semana.
20 nov - O parlamento autoriza a renovação do
estado de emergência. Marcelo Rebelo de Sousa, numa comunicação ao país, diz
que não hesitará em prolongá-lo o tempo que for necessário.
21 nov - Passa a ser obrigatório o uso de
máscara nos locais de trabalho. O Governo anuncia também que a circulação entre
concelhos vai ser proibida nos fins de semana prolongados, e impõe restrições
no comércio e restauração para o mesmo período.
24 nov - Portugal ultrapassa os 500
internamentos em unidades de cuidados intensivos de pessoas diagnosticadas
com covid-19, tendo igualmente subido para 3.275 os internamentos em
enfermaria, segundo a DGS.
02 dez - A ministra da Saúde anuncia a compra
de mais de 22 milhões de doses de vacinas contra a covid-19, que devem começar
a chegar em janeiro e que serão gratuitas e facultativas.
03 dez - A DGS diz que a epidemia de Covid-19
atingiu o pico da sua incidência em Portugal no dia 25 de novembro,
verificando-se uma tendência de descida.
É apresentado o plano de vacinação, coordenado por
Francisco Ramos. Os grupos prioritários serão pessoas com mais de 50 anos com
patologias associadas, residentes e trabalhadores em lares, e profissionais de
saúde e de serviços essenciais. Numa primeira fase serão vacinadas 950 mil
pessoas. O plano pode sofrer "imponderabilidades externas", avisa
António Costa.
O Presidente da República envia para o parlamento
o projeto de decreto que renova o estado de emergência de 09 a 23 de dezembro,
mas anuncia já nova renovação até 07 de janeiro de 2021. É aprovado no dia
seguinte.
05 dez - A circulação entre concelhos será
permitida entre 23 e 26 de dezembro, e na véspera e no dia de Natal poderá
circular-se na via pública até às 02:00, anuncia o primeiro-ministro. Há mais
facilidades na restauração no Natal e Ano Novo mas até ao Natal há novas
proibições de circulação nos fins de semana em concelhos de risco.
06 dez - O Presidente da República promulga o
decreto do Governo que regulamenta a prorrogação do estado de emergência até 23
de dezembro.
07 dez - Portugal ultrapassa as cinco mil
mortes relacionadas com a pandemia de covid-19.
10 dez – CM aprova pacote de medidas de apoio
as empresas.
17 dez - O Presidente da República decreta a
renovação do estado de emergência por mais 15 dias, até 07 de janeiro, e pede
aos portugueses bom senso na celebração do Natal.
O primeiro-ministro anuncia que as celebrações do
Ano Novo são totalmente cortadas, mas mantém-se os horários da restauração no
Natal.
20 dez - O Governo decreta restrições à
entrada em Portugal de passageiros de voos provenientes do Reino Unido, só
permitida a nacionais ou legalmente residentes, devido a nova variante da
covid-19, mais transmissível, detetada no país.
21 dez - A Agência Europeia do Medicamento
(EMA) aprova a utilização da vacina da Pfizer-BionNTech contra a covid-19.
22 dez - O parlamento aprova o diploma do PSD que
renova por mais três meses o uso obrigatório de máscara em espaços públicos.
27 dez - O plano nacional de vacinação contra a
covid-19 arranca no Hospital de São João, no Porto.
29 dez - Portugal ultrapassa os 400 mil casos
de infeção por covid-19. No mês de dezembro o número diário de mortes oscilou
entre os 50 e os 90 e as infeções entre as duas e as quatro mil.
04 jan - Começa em Mação a vacinação nos
lares de idosos do continente.
05 jan - O CM dá parecer favorável ao decreto
presidencial que propõe a renovação do estado de emergência, de oito a 15 de
janeiro. O Presidente propõe a renovação ao parlamento, que a aprova no dia
seguinte.
06 jan - A EMA aprova a utilização da vacina
da farmacêutica Moderna contra a covid-19 na UE.
08 jan - Portugal tem valores recorde, com
118 mortos e 10.175 infeções num só dia.
09 jan - O Presidente da República diz que
não há alternativa a um confinamento geral a partir da próxima semana.
12 jan - António Costa fala de um
confinamento geral de um mês após participar em reunião para avaliar situação.
O Presidente da República propõe ao parlamento
modificar o estado de emergência em vigor e renová-lo por mais quinze dias, até
30 de janeiro. No diploma salvaguarda a livre circulação no dia das eleições
presidenciais, e prevê votação nos lares de idosos.
13 jan - O parlamento aprova a renovação do
estado de emergência até 30 de janeiro e o Presidente decreta a nova medida.
No final de uma reunião do CM o primeiro-ministro
anuncia que as escolas se mantêm abertas, mas que o país regressa ao dever de
recolhimento domiciliário em moldes idênticos aos de março e abril de 2020.
16 jan - Portugal contabiliza 166 mortes e
10.947 novas infeções em 24 horas. O hospital da Santa Maria, em Lisboa, está
em "sobre-esforço" e o hospital Garcia de Orta, em Almada, em
"cenário de pré-catástrofe", anunciam os responsáveis das unidades.
Os hospitais de região Centro estão também praticamente no limite.
18 jan - Portugal é o país do mundo com maior
número de novos casos de infeção pelo novo coronavírus por milhão de
habitantes, segundo “sites” estatísticos. O número de concelhos em risco extremo
devido ao número de casos de covid-19 quase triplicou nos primeiros 12 dias de
janeiro.
O Governo anuncia o encerramento das universidades
seniores, centros de dia e de convívio, de novo a proibição de circular entre
concelhos nos fins de semana, e o fim de vendas ao postigo na restauração. As
escolas continuarão abertas.
21 jan - O Governo anuncia o encerramento das
escolas de todos os níveis de ensino por 15 dias, para tentar conter o
crescimento da pandemia. Os tribunais, as lojas do cidadão, as creches e os
ateliers de tempos livres também voltam a encerrar.
A Conferência Episcopal Portugal (CEP) suspende as
missas e outras atividades pastorais.
24 jan - Eleições presidenciais. Portugal regista
mais 275 mortes.
27 jan - Hospital Amadora-Sintra transfere doentes
para outros hospitais na sequência de problemas na rede de oxigénio medicinal.
O Governo suspende voos de e para o Brasil, devido
à deteção de uma nova estirpe de covid-19 no país.
O Presidente da República propõe ao parlamento a
renovação do estado de emergência por mais quinze dias, até 14 de fevereiro. O
projeto permite suspender ou limitar chegadas a Portugal e a mobilização de
profissionais de saúde reformados, reservistas ou formados no estrangeiro.
28 jan - O parlamento aprova a renovação do
estado de emergência e o Presidente decreta a renovação até 14 de fevereiro.
O CM aprova medidas de limitação de circulação
para fora do país e dentro o território e repõe controlo das fronteiras
terrestres. Decide que a aulas recomeçam a 08 de fevereiro em regime não
presencial e mantém todas as restrições em vigor nos últimos 15 dias. Aprova
também a possibilidade de contratação de médicos e enfermeiros formados no
estrangeiro.
A Assembleia da República volta a realizar apenas
um plenário por semana.
Surgem as primeiras notícias de utilização
indevida de vacinas, dadas a pessoas não incluídas nos grupos prioritários.
Portugal tem, em 24 horas, mais 303 mortes
relacionadas com a covid-19 e 16.432 casos de infeção. É o máximo alguma vez
registado.
29 jan - A EMA aprova a utilização da vacina da
farmacêutica AstraZeneca.
03 fev - Chega a Portugal uma equipa clínica
alemã, formada por 26 profissionais, para ajudar a conter a pandemia.
Demite-se o coordenador da 'task force' para o
plano de vacinação, Francisco Ramos, substituído pelo vice-almirante
Henrique Gouveia e Melo.
08 fev - Os números de novas mortes e de
infeções começam a baixar significativamente. Portugal tem mais 196 mortes e
2.505 casos de infeção. A pressão sobre os hospitais começa também a baixar,
com menos internamentos e menos pessoas em cuidados intensivos.
10 fev - O Presidente da República propõe ao
parlamento (que aprova no dia seguinte) a renovação do estado de emergência por
mais quinze dias, até 01 de março. No projeto permite-se a venda de livros e
materiais escolares e prevê-se um plano faseado para reabertura das escolas.
11 fev - O primeiro-ministro anuncia após
reunião do CM que o nível de confinamento terá de ser mantido durante o mês de
março (algo que o Presidente também diz no mesmo dia). António Costa diz também
que Portugal vai receber menos de metade das vacinas contra a covid-19 que
estavam previstas para o primeiro trimestre
17 fev - O Governo anuncia que pais com
filhos na escola até ao final do 1º ciclo e as famílias monoparentais vão poder
optar entre estar em teletrabalho ou receber o apoio à família.
19 fev - Mais de 40% das mortes em Portugal
entre o fim de janeiro e o princípio de fevereiro foram atribuídas à covid-19,
divulga o Instituto Nacional de Estatística.
Promotores de espetáculos e festivais pedem
apoios. O setor cultural é dos mais afetados pela pandemia.
22 fev - Portugal regista 61 mortes
relacionadas com a covid-19 e 549 novos casos de infeção, o número mais baixo
desde 06 de outubro, segundo a DGS. Numa reunião que junta políticos e
especialistas, no Infarmed, fala-se de uma "descida muito significativa e
expressiva da incidência" de covid-19 e diz-se que o confinamento travou o
crescimento exponencial da variante identificada no Reino Unido. Gouveia e Melo
diz que a imunidade de grupo pode ser alcançada em agosto.
23 fev – A DGS divulga que perto de 250 mil
portugueses já receberam as duas doses da vacina para a covid-19, o que
corresponde a 03% da população.
24 fev – O Presidente da República propõe ao
parlamento renovar o estado de emergência até 16 de março e defende que o
futuro desconfinamento deve ser planeado por fases.
25 fev – O parlamento autoriza a renovação do
estado de emergência. Numa comunicação ao país o Presidente da República diz
desaconselhar um desconfinamento antes da Páscoa.
26 fev – Portugal regista 58 mortes e 1.027 novas
infeções, o valor mais baixo de infeções desde outubro de 2020. O INE assinala
uma “diminuição acentuada” de novos contágios desde fim de janeiro.
Após reunião do CM o Governo aprova o decreto
regulamentar do estado de emergência sem alterações e mantém a situação de
confinamento e de todas as medidas em vigor. O primeiro-ministro diz que
apresentará a 11 de março um plano de desconfinamento, que será gradual.