Reedição de "Contos" de Fialho de Almeida lançada hoje em Cuba
Uma reedição de “mil exemplares” do livro “Contos”, de Fialho de Almeida, “há muito esgotado”, é apresentada hoje, em Cuba, para assinalar o 2.º aniversário do museu dedicado ao escritor, anunciou a câmara.
Uma reedição de “mil exemplares” do livro “Contos”, de Fialho de Almeida, “há muito esgotado”, é apresentada este sábado, em Cuba, para assinalar o 2.º aniversário do museu dedicado ao escritor, anunciou a câmara.
A apresentação vai decorrer no Museu Literário Casa Fialho d’Almeida, às 18:30, com intervenções de António Cândido Franco, professor de Literatura e Cultura Portuguesa da Universidade de Évora, do presidente do município, João Português, e da responsável da Direção Regional de Cultura do Alentejo (DRCAlen)), Ana Paula Amendoeira.
A reedição, patrocinada pela câmara e pela DRCAlen, chegará a “algumas livrarias”, mas será essencialmente “distribuída por bibliotecas municipais de todo o país”, disse hoje à agência Lusa o autarca de Cuba.
O objetivo é “espalhar a obra” de Fialho de Almeida (1857-1911), natural do vizinho concelho de Vidigueira, mas que viveu e faleceu em Cuba.
A reedição estará também à venda na Casa Museu dedicada ao escritor, “um dos autores portugueses mais importantes do final do século XIX e princípio do século XX”, realçou João Português.
“É uma homenagem física e necessária para lembrar o escritor e a figura maior do concelho de Cuba. Queremos voltar a trazê-lo para a ribalta”, sublinhou, lembrando que o livro, publicado pela primeira vez em 1881, está “há muito esgotado”.
A reedição da obra de um escritor “controverso, muito crítico e mordaz em relação à monarquia, primeiro, e à república, depois” e que, por esse motivo, “acabou por ser um pouco esquecido”, faz parte de uma série de iniciativas para recuperar a notoriedade a nível nacional do autor, nascido em Vila de Frades (Vidigueira).
Há dois anos, a 10 de junho, foi inaugurado o Museu Literário Casa Fialho d’Almeida e, no ano passado, atribuído um prémio literário, no valor de cinco mil euros, que a autarquia pretende recuperar “de dois em dois anos”.
Nesse sentido, a câmara pretende continuar a reeditar títulos da obra de Fialho de Almeida e a próxima a ser recuperada será, “em princípio”, o volume de folhetins “À Esquina”.
As reedições contam com o apoio da DRCAlen, que tem vindo “a colaborar ativamente na divulgação deste escritor maior da literatura portuguesa, de Cuba e de Vila de Frades”, referiu à Lusa a diretora do organismo, Ana Paula Amendoeira.
“Fialho de Almeida é muito importante do ponto de vista literário, mas tem, depois, os particularismos que têm a ver com o Alentejo”, notou.
O livro de contos agora reeditado, que o município salientou que está “há muito esgotado”, inclui “textos que têm muito a ver com a região, apesar de a sua qualidade literária ir muito para além dos limites territoriais onde nasceu”, destacou a diretora regional de Cultura.
Ana Paula Amendoeira salientou, também, a “visão crítica, jocosa, humorística e com crítica desassombrada ao status quo” da época do autor e frisou: “Precisamos de pessoas na área da cultura que nos provoquem de forma desassombrada sobre o que são as certezas cómodas, que nunca são boas conselheiras para o espírito crítico”.
“Cada vez mais, Fialho de Almeida é um escritor atual e é nosso dever apoiar e contribuir, do ponto de vista financeiro, para que estas obras sejam divulgadas”, assinalou.