Foto: EA LIVE

És mais um alentejano a contribuir para que a nossa região ganhe um peso forte no panorama musical. Como começou o teu trajeto no mundo das guitarras e das letras? 

"É verdade, parece que a nossa região tão isolada ainda dá mais força à malta para querer fazer alguma coisa. Claro que um dia gostaria de fazer parte desse leque dos que contribuíram para que a região ganhe peso, apesar de também já ter uma costela da cidade grande. No que toca a como comecei neste mundo, primeiro vieram as guitarras e só mais tarde as letras. Quem me deu as primeiras lições de guitarra foi o meu Tio Zeca, diria por volta dos meus 8/9 anos e depois a partir daí nunca mais parei de tocar, via muita coisa na internet e fui melhorando. As letras vieram mais tarde, só em 2018 é que me saiu a primeira letra digna de fazer parte de uma música, talvez em parte também por causa do meu tio que também escrevia as próprias letras para a sua banda Caracol Blues. Para além disso, acho que ter introduzido o hábito de ler bastante me ajudou a ganhar essa destreza também".

Vens de uma família de músicos, que influência é que tiveram na tua ligação com a música?

"Eu creio que isso foi um fator chave para tudo o que gosto e sei sobre música, foi o casamento de dois mundos muitos diferentes mas que me assentaram que nem uma luva. Em primeiro lugar, tenho o mundo rock tanto português como Anglo-Saxonico, que me foi introduzido pelo meu Tio Zeca. Por outro lado, a vertente de músicas do mundo, mais propriamente música brasileira, e do jazz, que entrou pelo lado do meu pai. O facto de ambos também terem os seus projetos, com projeções diferentes naturalmente, deu-me a possibilidade de andar com eles nos concertos e também perceber um bocadinho essa vida do backstage".

Em termos de formação, o teu currículo vai além da música. Onde é que se encaixam as Ciências da Comunicação? 

"É verdade, apesar da música ser o que mais gostava, optei por uma opção um bocadinho mais segura pela instabilidade que tem o mundo artístico. Tirei Ciências da Comunicação, na UCP, pelo facto de ser um curso que estava intimamente ligado à parte da cultura que me fascina bastante, para além de ser uma profissão que respeito imenso e que está a ter cada vez mais responsabilidade social no mundo em que vivemos".

O que representa este concerto no EA LIVE Évora 2024?

"É um novo capítulo, um novo começo. Eu já tinha feito alguns concertos com o meu pai, por causa de ter participado com uma música minha no álbum dele mas, desta vez, não tenho ali a minha muleta, estou sozinho em palco e a tocar músicas minhas em nome próprio, é uma perspectiva nova".

O que preparaste para aqueles que te vão ver e ouvir esta noite?

"Vou trazer principalmente músicas minhas apesar de gostar de tocar sempre alguma música de artistas que gosto e que me influenciam. Três delas já estão gravadas, uma vai sair muito em breve por fazer parte da banda sonora do filme “Podia ter esperado por Agosto” do César Mourão, as outras irão sair mais no final do ano. Algumas inéditas e também uma que pertence ao repertório da minha banda, os VAT. Vai ser essa mescla".

Assinaste recentemente com a Universal Music Portugal, o que significa este passo para a tua carreira futura? 

"Significa bastante, pela editora que é e também pela ajuda que me vão poder dar principalmente. Mas é uma experiência que acabou de começar, suponho que daqui a algum tempo consiga perceber melhor todo o significado por detrás desta escolha".

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Quem sai aos seus não degenera. A musica faz parte do seu dna e estou certa de que fará uma linda carreira. Sucesso !

Beth Rezende

12/07/2024

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