Eleito do Chega suspeito de disparos contra família sueca em Moura renuncia
O eleito do Chega na Junta de Freguesia de Póvoa de São Miguel, no concelho de Moura, suspeito de ter efetuado disparos com arma de fogo contra uma família sueca, renunciou ao mandato, revelou fonte partidária.
Contactada pela agência Lusa, a fonte do partido liderado por André Ventura limitou-se a adiantar que Vítor Ramalho, candidato eleito pelo Chega nesta junta de freguesia do concelho de Moura, nas autárquicas de 26 de setembro, renunciou ao mandato.
Vítor Ramalho, de 53 anos, foi detido pela Polícia Judiciária (PJ) por suspeitas de ter efetuado disparos com arma de fogo contra uma família sueca, no concelho de Moura, distrito de Beja, “aparentemente por ódio racial”.
Em comunicado divulgado no sábado passado, a PJ indicou que o suspeito de ter efetuado os disparos com arma de fogo foi detido por existirem “fortes indícios” da prática do crime de homicídio qualificado na forma tentada.
Segundo a PJ, as vítimas são um casal de cidadãos suecos e sete filhos menores, com idades entre os 11 anos e 3 meses, cujo “veículo de passageiros onde seguiam adaptado a caravana” foi “atingido com disparos de arma de fogo”.
A agressão, adiantou a PJ, ocorreu na tarde de 08 de outubro e foi “perpetrada na sequência de contenda ocorrida momentos antes, aparentemente determinada por ódio racial”.
“Após a altercação com o elemento do género masculino do casal, o suspeito perseguiu a viatura onde seguiam as vítimas, executando o crime assim que se mostrou oportunidade”, referiu.
De acordo com a PJ, após a agressão, o suspeito “abandonou o local” e esforçou-se por “ocultar das autoridades objetos e veículos utilizados” na sua execução.
Na sequência de “trabalho de investigação”, sublinhou, foram “recolhidos relevantes elementos probatórios que conduziram à cabal identificação do suspeito e ditaram a emissão de mandados de detenção fora de flagrante delito”.
O detido já foi presente a tribunal para primeiro interrogatório judicial, tendo-lhe sido aplicadas medidas de coação não detentivas.
No sábado, o presidente do Chega, André Ventura, condenou a prática de “quaisquer crimes que envolvam ataques contra a vida ou integridade física” do ser humano e sublinhou que o partido não defende “o ódio racial”.