O evento é organizado pela Fundação Starlight e pela Associação Dark Sky, em parceria com o Centro Interdisciplinar de História, Culturas e Sociedades (CDEHUS) da Universidade de Évora, contando ainda com a participação da Organização Mundial de Turismo das Nações Unidas e o apoio de diversos parceiros.

“A escolha do Dark Sky Alqueva” para a realização desta conferência “tem um significado especial”, admitiu à agência Lusa a presidente da Associação Dark Sky, Apolónia Rodrigues.

A responsável lembrou que a região do Alentejo “tem o primeiro Starlight Tourism Destination do mundo, o Dark Sky Alqueva”, criado com base num “modelo integrado de desenvolvimento sustentável de destinos em que o recurso-chave é o céu noturno protegido”.

E, a partir daqui, “nasceram conceitos próprios como o ATT-Astrotourism e o Dark Sky”, explicou a fundadora do projeto.

A conferência vai, “sem dúvida”, contribuir para o crescimento da procura deste tipo de turismo no Alentejo nos próximos anos, afiançou.

“Representa mais exposição mediática e divulgação, seja pela presença dos participantes e oradores, mas também pelos projetos, ações ou iniciativas que poderão resultar após a conferência”, estimou Apolónia Rodrigues.

De acordo com o programa, o primeiro dia da conferência internacional vai ser dedicado aos “Destinos Starlight, Monitores e Guias”, para troca de experiências e debate de temáticas associadas ao desenvolvimento e implementação dos destinos certificados pela Fundação Starlight.

Depois, a 09 e 10 de setembro, tem lugar a conferência principal, no Auditório do Colégio do Espírito Santo, na Universidade de Évora, com um painel internacional de oradores.

“Serão debatidos temas fundamentais ao desenvolvimento de destinos de astroturismo enquanto sistemas dinâmicos e complexos e que devem promover a melhoria do seu principal recurso, o céu noturno”, indicou a organização.

Entre os oradores destacam-se as presenças de Andy Howell, líder do grupo de supernovas no Observatório Las Cubres e professor adjunto do departamento de física da Universidade da Califórnia (Estados Unidos da América).

Susana Malón, “conhecida dentro da área da iluminação” e distinguida pelo trabalho na “proteção do céu noturno”, um “tema especial e relevante para uma das missões da Associação Dark Sky”, será outro nome em foco, “mas todos os oradores internacionais vão trazer um elemento especial em debate”, frisou.

A estes, juntam-se oradores nacionais que são “reconhecidos internacionalmente pelo seu trabalho”, acrescentou.

São os casos de Miguel Claro (astrofotografia), Raúl Lima (combate à poluição luminosa), Pedro Russo e João Retrê (divulgação em ciência), Áurea Rodrigues (pioneira na investigação em astroturismo) e Fábio Silva (arqueoastronomia).

Durante este evento, no dia 10, vão ser entregues os Prémios Starlight 2020, nas categorias de Iluminação Inteligente e Inovação, Astroturismo e Desenvolvimento Empresarial Ligado à Proteção do Céu, Educação e Divulgação da Astronomia e Melhor Alojamento Starlight.

Nesta edição, não há vencedores portugueses, “mas o Dark Sky Alqueva já recebeu um reconhecimento da Fundação Starlight em 2019”, destacou Apolónia Rodrigues.

O programa da conferência inclui uma visita ao Observatório Oficial Dark Sky Alqueva, na Aldeia da Cumeada, no concelho de Reguengos de Monsaraz, e, no dia 11, uma visita guiada pela cidade de Évora e a Starlight Party Alqueva, no Castelo de Mourão, com ‘workshops’, prova cega de vinhos, ioga ao pôr do sol, observação solar, palestras e observação do céu, entre outros momentos.

O Dark Sky Alqueva, criado em 2007, é o primeiro destino de astroturismo português e tornou-se, em 2011, no primeiro Starlight Tourism Destination do mundo.

Em 2018, passou a ser também o primeiro destino turístico transfronteiriço deste género, com 10 concelhos portugueses e 13 municípios espanhóis numa área de quase 10 mil metros quadrados em torno a albufeira de Alqueva.

A Fundação Starlight é uma entidade sem fins lucrativos que “reúne, coordena e gere um conjunto de ideias, projetos, pessoas, reflexões e atividades” que oferecem à sociedade “uma forma diferenciada de valorizar o céu estrelado”, disse a organização da conferência.

 

Comente esta notícia

Este site usa cookies para melhorar a sua experiência. Ao continuar a navegar estará a aceitar a sua utilização.