Em comunicado enviado à agência Lusa, a CVRA indicou que, de acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), “as exportações de vinho alentejano cresceram 20% em valor, com 32 milhões de euros de receita gerada”, nos primeiros seis meses deste ano.

Os dados do INE mostram ainda que “cerca de 12 milhões de garrafas [foram] comercializadas para o mercado externo, o que se traduz em mais de nove milhões de litros exportados”, o que representa um aumento de 14%, em comparação com o primeiro semestre do ano transato.

“Também o preço médio por litro de vinho acompanhou a tendência de subida, com um aumento de 5%, para 3,48 euros por litro”, assinalou a CVRA.

Para o presidente da CVRA, Francisco Mateus, “este crescimento na primeira metade do ano é um sinal muito positivo dos valores” a que a região pode chegar este ano.

“Habitualmente, os segundos semestres são mais fortes na exportação”, lembrou, manifestando-se confiante de que 2021 possa vir a ser “o ano com melhores resultados, desde que há registo”.

Os números do primeiro semestre “superam os resultados atingidos pela região no período pré-pandémico”, ou seja, antes da pandemia de covid-19, congratulou-se a CVRA.

Estes resultados positivos são alavancados pelos mercados brasileiro (+34% em valor e +27% em litros), suíço (+16% em valor e +8% em litros), norte-americano (+7% em valor e -0,2% em litros) e do Reino Unido (+123% em valor e +85% em litros), disse.

O crescimento dos Vinhos do Alentejo também aconteceu, entre janeiro e junho, nos mercados asiáticos, “com a China a fechar o semestre em níveis pré-pandemia e um aumento de compras face a 2020 (+15% em valor e +13% em litros) e Macau a superar os resultados totais alcançados nos últimos dois anos (+227% em valor e +192% em litros)”, precisou.

Na sua análise aos dados, o presidente da comissão vitivinícola realçou o facto de o valor do vinho exportado ter subido mais do que a quantidade, o que resulta numa valorização do preço médio.

“No ‘top 10’ dos 89 mercados para onde se exportou, todos registaram subida no preço médio, o que demonstra que a qualidade dos vinhos alentejanos é reconhecida por importadores e consumidores, que estão disponíveis para pagar mais pelos vinhos da região”, argumentou Francisco Mateus.

Até junho, o vinho de Denominação de Origem Controlada (DOC) Alentejo foi vendido a um preço médio de 5,04 euros por litro e o Regional Alentejano a 3,06 euros por litro, o que contrasta com médias nacionais de, respetivamente, 3,02 euros e 2,44 euros.

“Os valores atingidos traduzem-se numa valorização de 6,4% no preço médio por litro de DOC Alentejo e de 2,3% no Regional Alentejano, face ao mesmo período do ano passado”, disse a CVRA.

Francisco Mateus elogiou “a excecional reação dos produtores alentejanos”, os quais “estão a conseguir trabalhar muito bem os mercados internacionais, apesar das dificuldades impostas pela pandemia que já dura há um ano e meio e que torna mais difícil acompanhar localmente os mercados e o trabalho dos importadores e retalho”.

Nos primeiros seis meses do ano passado, o Alentejo exportou 8,1 milhões de litros de vinho, que corresponderam a 27 milhões de euros de receita, a um preço médio por litro de 3,32 euros.

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