Exportações dos Vinhos do Alentejo sobem no 1.º semestre para 37,1 ME de receitas
As exportações dos Vinhos do Alentejo cresceram 12,4% em valor e 9,7% em quantidade no primeiro semestre deste ano, face a período homólogo de 2021, correspondendo a 37,1 milhões de euros.
“São resultados muito animadores e espero que se consigam manter até ao final do ano”, disse à agência Lusa Francisco Mateus, presidente da Comissão Vitivinícola Regional Alentejana (CVRA).
Segundo o mesmo responsável, se os resultados positivos se mantiverem serão “excelentes sinais de que o Alentejo está a ganhar força lá fora”.
Em comunicado enviado à Lusa, a CVRA indicou que os resultados das exportações dos Vinhos do Alentejo no primeiro semestre deste ano mantiveram “a tendência de crescimento”, com a subida de 12% em valor e de praticamente 10% em volume, em comparação com o primeiro semestre de 2021.
O que correspondeu a 37,1 milhões de euros e a 10,4 milhões de litros de vinho vendidos para o estrangeiro, face a igual período do ano transato.
“Brasil, Estados Unidos da América (EUA), Canadá, Polónia e Suíça foram os destinos que mais contribuíram para os resultados positivos alcançados”, destacou.
O preço médio por litro de vinho subiu 2,5%, para os 3,57 euros, entre janeiro e junho, com o vinho de Denominação de Origem Controlada (DOC) a registar um crescimento mais acentuado, de 6,1% - para os 5,35 euros - e o Regional a crescer 4% - para os 3,05 euros.
Um índice que “mostra, uma vez mais, que a qualidade dos vinhos alentejanos está a ser valorizada lá fora, com os consumidores dispostos a pagarem um valor mais elevado pelos nossos vinhos”, explicou Francisco Mateus.
Segundo a CVRA, “os bons resultados” obtidos foram alavancados sobretudo pelos mercados brasileiro (+23% em valor e +26% em volume), norte-americano (+21% em valor e +14% em volume), canadiano (+17% em valor e +9% em volume) e polaco (+3% em valor e +1% em volume).
“Também o mercado suíço, o segundo mercado que mais vinho alentejano importa em valor, cresceu mais 9% nesta variável, tendo, no entanto, diminuído o volume em 3%”, acrescentou a comissão vitivinícola.
O presidente da CVRA alertou que, “nos meses de abril a junho”, já se começou “a verificar um abrandamento” do crescimento, o qual, “apesar de tudo, se manteve ainda acima dos números registados no ano passado em todas as variáveis de volume de vinho vendido, preço por litro e valor”.
Esta descida de exportações no segundo trimestre é frequente, pelo que Francisco Mateus disse estar “com muita expectativa” para ver os resultados do terceiro trimestre.
“Estamos com um bom crescimento nos primeiros seis meses e mesmo que seja menor no terceiro trimestre, se o quarto for bom, que para nós é sempre um trimestre pico, conseguiremos ter um ano com desempenho global positivo e crescermos na exportação”, argumentou.
O Alentejo é líder nacional em vinhos certificados, com cerca de 40% de valor total das vendas num universo de 14 regiões vitivinícolas em Portugal.
Com uma área de vinha de 23,3 mil de hectares, 30% da sua produção tem como destino a exportação para cinco destinos principais, designadamente Brasil, Suíça, EUA, Reino Unido e Polónia.