Foto: FEA

A mostra vai estar patente no Centro de Arte e Cultura desta fundação, até 10 de novembro, e tem curadoria de Ana Matos, que se inspirou na citação “Só temos o passado à nossa disposição. É com ele que imaginamos o futuro”, da autoria do professor e filósofo Eduardo Lourenço (1923–2020), segundo a FEA.

Com base nesta citação e “no ano em que se celebram 50 anos de democracia em Portugal”, Ana Matos “abraçou o desafio de desenvolver uma exposição consagrada à(s) liberdade(s)”, disse a entidade promotora.

A iniciativa, precisou a fundação, pretende refletir sobre a atualidade deste tema, a importância e complexidade que assume no momento presente e, ao mesmo tempo, projetar a temática da(s) liberdade(s) no futuro.

No Centro de Arte e Cultura vão estar expostos trabalhos que “percorrem várias disciplinas artísticas”, como fotografia, desenho ou vídeo, e que “abordam diferentes aspetos da liberdade e da condição humana”.

As obras são ‘assinadas’ por 14 artistas, “a maioria nascida na década de 70” do século XX, que têm percursos artísticos que “assentam num compromisso com a Humanidade, com o Homem como ser pensante e interventivo, comprometido com a natureza, a política ou o património”, pode ler-se no comunicado da FEA.

Os artistas representados são Cláudio Garrudo, Pedro Pascoinho, Marco Franco, Mafalda Santos, Rui Horta Pereira, Patrícia Almeida, Augusto Brázio, Inês d’Orey, Martinho Costa, Tiago Casanova, João Nunes-Ferreira, Miguel Januário, Wasted Rita e Paulo Mendes.

No comunicado, a FEA exemplificou que “Augusto Brázio usa nas suas fotografias a luz como símbolo da verdade, enquanto Cláudio Garrudo tenta, nas suas imagens, capturar a essência da natureza e a busca existencial”.

“Outros artistas, como Mafalda Santos e Marco Franco, apresentam composições que combinam materiais e ideias de maneira inovadora, refletindo sobre a passagem do tempo e a transformação das memórias”, acrescentou.

Na exposição, de acordo com a fundação, são ainda abordados “momentos históricos relevantes”, como a entrada da ‘troika’ em Portugal e a guerra colonial, através de “obras que evocam a memória coletiva e a necessidade de mudança”.

“É o caso de Inês d’Orey e Martinho Costa, que capturam a incerteza e a revolta de uma geração jovem frente a crises sociais e políticas”, indicou.

A mostra tem igualmente ‘espaço’ para obras em que alguns artistas “expressam o descontentamento com o ‘status quo’ e a necessidade de transformação” e inclui “peças que refletem sobre a pandemia da Covid-19 e o seu impacto na sociedade” ou mesmo que recuperam “memórias do Estado Novo e a figura de Salazar”.

Desta forma, realçou a FEA, a exposição “não apenas rememora o passado, mas também propõe um futuro onde a liberdade seja constantemente praticada e defendida, ressaltando a importância da luta contínua por direitos e por justiça”.


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