FAABA reclama do governo medidas de apoio aos setores mais afetados pela seca
A Federação de Associações de Agricultores do Baixo Alentejo (FAABA) manifesta, em nota de imprensa, a sua grande preocupação relativamente à agricultura de sequeiro, à pecuária extensiva e também à falta de reservas hídricas, quer para o abeberamento animal, quer para o regadio.
Uma preocupação
que é manifestada no seguimento do recente comunicado do IPMA relativamente à
seca em Portugal, que classifica de “situação complexa"
De acordo com a FAABA “as culturas de Outono-Inverno já se encontram gravemente comprometidas, ou por deficiente emergência, ou por se encontrarem já em défice hídrico. As pastagens não existem, o que tem levado os agricultores a recorrerem às reservas de feno e palhas que em muitos casos se encontram praticamente esgotadas.”
Para garantir a alimentação animal, os agricultores estão, segundo a FAABA, “a ser forçados a adquirir também largas quantidades de alimentos concentrados e outros suplementos” o que significa que “neste quadro, e a confirmarem-se as previsões do IPMA para as próximas semanas, a provisão de reservas alimentares para a pecuária serão praticamente nulas.”
A FAABA afirma ainda que “esta situação anormal tem sido ainda agravada pelos custos dos fatores de produção (rações, combustíveis, sementes, fertilizantes, energia, etc.) que sofreram agravamentos extraordinários nos últimos meses, nunca vistos nos tempos mais recentes” e garante que “nas explorações em Modo de Produção Biológico, este cenário é ainda mais dramático, não só pelo maior custo da alimentação, mas também pela sua dificuldade de aquisição.”
Segundo a FAABA, ainda neste contexto, os agricultores têm de estar preparados para a falta de água para o abeberamento de animais (e populações) e as barragens da região, com particular ênfase para as da bacia do Sado, encontram-se a níveis historicamente baixos, comprometendo seriamente a próxima campanha de regadio.”
Relativamente às “barragens que se encontram ligadas ao complexo de Alqueva, a campanha de regadio poderá ocorrer, mas a água terá que ser adquirida à EDIA a custos muito elevados, agravando ainda mais as contas das várias culturas instaladas.”
Tendo em conta estas situações a FAABA afirma que “a sustentabilidade económica de muitas explorações agro-pecuárias do Alentejo ficará gravemente comprometida” por isso, considera que “é importante que o governo defina medidas de apoio aos sectores mais afetados, que poderão passar por ajudas diretas à pecuária e às culturas de Outono-Inverno. No imediato, é também importante a autorização para o pastoreio de pousios e superfícies de interesse ecológico, como forma de mitigar a falta de pastagem para o gado.”
Para a FAABA a médio e longo prazo deverão ser avaliadas e implementadas outras medidas de fundo de modo a contrariar os recorrentes efeitos da seca na nossa região.