FAABA reclama maior presença dos regantes nas decisões sobre regadio de Alqueva
A Federação das Associações de Agricultores do Baixo Alentejo (FAABA) reclama, em nota de imprensa, maior presença dos regantes nas decisões sobre regadio de Alqueva.
Tendo em conta os períodos
de seca cada vez mais regulares e a importância do regadio para manter
salvaguardada a normalização das produções agrícolas, a FAABA considera imprescindível o reforço da necessária articulação entre a Empresa
de Desenvolvimento e Infra-Estruturas do Alqueva (EDIA) e as associações de
regantes.
De acordo com a FAABA, “a falta de planeamento e a falta de comunicação da EDIA com as associações de regantes pode colocar em risco vários milhares de hectares de culturas já instaladas, no perímetro de Rega de Odivelas.”
Ainda segundo a FAABA, a Associação representativa dos regantes de Odivelas refere que “A EDIA, em finais de junho comunicou à Associação de Beneficiários da Obra de Rega de Odivelas (ABORO) que não poderá cumprir o plano de transferência de água de Alqueva /Alvito/Odivelas prevista para 2022, plano este que foi transmitido à EDIA no dia 03/02/2022, tal como o previsto na portaria 3025/2017”.
Para a FAABA, este é, “um exemplo da falta de coordenação ou da resposta bastante tardia que vai fazer toda a diferença para as culturas já no terreno naquela área de regadio.” Porque, como adianta a ABORO, “trata-se de um corte no fornecimento de água que poderá chegar aos 28%, só agora comunicado e que, nesta fase da campanha de rega, inviabiliza a adoção de medidas mitigadoras para acomodar a redução do volume de água no fornecimento decidido pela EDIA. Face às atuais circunstâncias, no próximo mês de setembro poderá não haver disponibilidade de água na barragem de Odivelas para satisfazer as necessidades de rega de milhares de hectares de culturas instaladas no referido aproveitamento hidroagrícola”.
A ABORO afirma que esta é uma questão que vai mais longe, referindo-se à falta de capacidade da rede primária, em resultado da entrada em funcionamento da 2ª Fase de Alqueva. “Esta circunstância leva-nos a encarar o futuro com muita apreensão, dado que só agora estão a entrar em funcionamento os blocos de rega da 2ª Fase, o que significa que no futuro este tipo de constrangimentos irá aumentar, sobretudo se, como se tem vindo a verificar, não houver o devido planeamento por parte da EDIA e a articulação entre esta empresa e as Associações de Regantes que recebem água de Alqueva.”
A FAABA considera que “o que se está agora a passar com a ABORO com consequências nefastas para os beneficiários da rega daquela zona, poderá repetir-se em outras áreas sob gestão de outras associações de regantes.”