A 22.ª edição do Festival Músicas do Mundo (FMM), cujo programa foi apresentado, na aldeia de Porto Covo, naquele concelho do litoral alentejano, vai juntar “artistas de 27 países e regiões”, revelou a organização.

“Depois de dois anos de paragem devido à pandemia [de covid-19], o festival regressa alinhado com os princípios de representatividade geográfica, estética e cultural que o orientam desde a sua origem”, disse a Câmara de Sines, entidade organizadora, em comunicado.

O certame vai decorrer, de 22 a 24 de julho, em Porto Covo, onde estão agendados 12 concertos, mudando-se depois para Sines, de 25 a 30, onde o público poderá assistir a 34 concertos, divididos pelos palcos do Castelo, Centro de Artes de Sines e Avenida Vasco da Gama.

No regresso aos vários palcos do concelho, os promotores querem reforçar a visibilidade das artistas mulheres e “o seu contributo real para a música à escala planetária”, com uma forte presença do continente americano.

Ava Rocha, Bia Ferreira, Letrux e Marina Sena (Brasil), Ana Tijoux e Pascuala Ilabaca (Chile), Queen Ifrica (Jamaica), Omara Portuondo e Daymé Arocena (Cuba) e Dominique Fils-Aimé (Quebeque) são algumas das presenças confirmadas no festival.

Também o continente africano “volta a mostrar a diversidade das suas expressões musicais”, desde o deserto do Saara, representado pelo tuaregue Mdou Moctar, aos arquipélagos do Índico, com a presença de Maya Kamaty, da ilha Reunião.

Entre os nomes revelados estão também Seun Kuti & Egypt 80 e Etuk Ubong (Nigéria), James BKS (Camarões), Aline Frazão e Pongo (Angola), Acácia Maior e Re:Imaginar Monte Cara (Cabo Verde).

Segundo a organização, a representação portuguesa vai fazer-se através de diferentes estilos que “vão do fado ao reggae”, como Club Makumba, Dulce Pontes, Fado Bicha, Paulo Bragança, Pedro Mafama, Sara Correia e Simply Rockers Sound System.

Também a música de Espanha, entre a Galiza e a Catalunha, tem, este ano, uma forte presença no certame, com concertos de Albert Pla, Angélica Salvi, Baiuca, Maruja Limón, Niño de Elche e o duo Lina_Raül Refree, que “junta Portugal e Espanha” numa “nova abordagem ao fado”.

Em Sines, vão atuar Crystal Murray e Lucie Antunes, duas novas artistas francesas, Flat Earth Society Orchestra e La Chiva Gantiva, dois agrupamentos sedeados na Bélgica, e Steam Down, um representante da ‘movida’ multicultural de Londres (Inglaterra).

“De entre o Mediterrâneo e o Cáucaso, passando pelo Mar Negro, veremos em palco a artista grega Marina Satti, o grupo bósnio Dubioza Kolektiv, a banda cigana romena Taraf de Caliu, a dupla franco-arménia Ladaniva e o encontro circassiano Zaur Nagoy + Jrpjej”, disse a organização.

Segundo a promotora, além de Lakha Khan, embaixador da música do Rajastão (Índia) e o artista que “chega de mais longe a Sines”, a edição deste ano vai ficar também marcada por “encontros intercontinentais”, de que são exemplos os projetos Batida B2B DJ Dolores (Portugal/Brasil), Guiss Guiss Bou Bess (Senegal/França) e KUTU (Etiópia/França).

Além dos concertos, o FMM Sines inclui um programa de iniciativas paralelas, com concertos especiais, exposições, conferências, sessões de contos, encontros com músicos e escritores, masterclasses, cinema, visitas guiadas, feira do livro e do disco, espetáculos para a infância e ateliês para crianças.


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